O presidente dos EUA insiste em sua ameaça militar: "Se não houver acordo, eu terei que liderar o grupo".
MADRID, 25 abr. (EUROPA PRESS) -
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu que dificultou um possível ataque israelense às instalações nucleares do Irã, entendendo que a melhor opção para resolver as diferenças com a república islâmica é assinar um acordo de diálogo, mas assegurou que se as opções se esgotarem e só restar a via militar para garantir que Teerã não fabrique uma arma nuclear, o presidente norte-americano "vai liderar o grupo".
O Irã tem negado consistentemente que seu programa nuclear abrigue intenções ofensivas e está atualmente em negociações indiretas com os Estados Unidos para resolver a crise que vem ocorrendo desde que Trump, durante seu primeiro mandato, decidiu abandonar unilateralmente em 2018 o chamado Plano de Ação Integral Conjunto, um acordo nuclear histórico assinado três anos antes entre Teerã e as potências mundiais (todos os membros do Conselho de Segurança da ONU, incluindo a Rússia, mais a Alemanha e a União Europeia).
Em entrevista concedida na última terça-feira à revista 'Time' e publicada nesta sexta-feira, Trump defende sua saída do acordo e a retomada das sanções contra o Irã como uma tática para sufocar seu financiamento a movimentos armados regionais ligados a Teerã, como o Hamas, em Gaza, ou o Hezbollah, no Líbano.
"Não havia dinheiro para o Hamas, não havia dinheiro para o Hezbollah", disse Trump, até que seu sucessor, o democrata Joe Biden, "removeu todas as sanções e deixou a China igualar todo o petróleo do Irã, o que foi feito em quatro anos com US$ 300 bilhões em dinheiro para voltar a financiar o terrorismo".
Especialistas consultados pela emissora pública norte-americana NPR acreditam que a declaração de Trump não está totalmente fora da realidade: Biden aliviou as sanções em um esforço para trazer o Irã de volta às negociações nucleares, mas o valor recebido por Teerã foi substancialmente menor do que o indicado pelo atual presidente dos EUA.
Trump, que durante a entrevista à 'Time' se declarou aberto a uma reunião cara a cara com o presidente iraniano Masoud Pezeskhian e até mesmo com o líder supremo iraniano Ayatollah Ali Khamenei, aproveitou a oportunidade para esclarecer reportagens publicadas nas últimas semanas pela mídia israelense e americana que o apontavam como responsável por impedir um ataque israelense às instalações nucleares do Irã.
"Eu não os impedi de fazer isso, mas não facilitei para eles (Israel) porque acredito que podemos chegar a um acordo sem um ataque. Espero que seja esse o caso", disse Trump, embora tenha deixado as opções em aberto: "Talvez tenhamos que atacar, mas prefiro um acordo a bombas".
Se o pior cenário ocorrer, Trump garantiu que seu país não será "arrastado para baixo" pela estratégia israelense. O presidente considerou "possível" que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, "entre em guerra com o Irã", mas, se tal situação ocorrer, Trump garantiu que "liderará o grupo".
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