Seu líder, o "Warrior Boy", construiu um império na prisão e continua foragido.
MADRID, 3 set. (EUROPA PRESS) -
El Tren de Aragua é atualmente considerada a gangue criminosa mais poderosa da Venezuela, com ramificações em outras partes da América Latina e ecos até mesmo nos Estados Unidos. Para o governo de Donald Trump, é uma organização terrorista e, desde segunda-feira, um alvo militar, como evidenciado pelo ataque a um suposto navio de drogas que resultou em onze mortes.
As origens da organização remontam a duas décadas, coincidindo com a construção da seção da Ferrovia Venezuelana que atravessava os estados de Aragua e Carabobo. A atividade extorsiva de alguns sindicalistas envolvidos no trabalho de construção levou a abusos em uma escala mais ampla e a uma rede criminosa que já era uma entidade separada quando a obra da ferrovia foi concluída em 2011, de acordo com relatórios da Polícia Nacional.
Héctor Rustherford Guerrero Flores, conhecido pelo pseudônimo de "Niño Guerrero", começou a dirigir os projetos do grupo a partir do Centro Penitenciário de Aragua, em Torocón, uma espécie de cidade sem lei a partir da qual ele não tinha nenhum impedimento para continuar a controlar os projetos do grupo. A política não oficial do governo de dar o controle de algumas prisões a chefes criminosos - os "pranes" - permitiu que a prisão tivesse um zoológico, uma piscina, um parque infantil, um restaurante e uma boate, de acordo com a Insight Crime.
O Trem de Aragua começou a se expandir para outras áreas da Venezuela por meio de alianças com grupos menores e também ampliou sua lista negra de crimes, que já incluía extorsão, sequestro, tráfico de pessoas, contrabando de migrantes, contrabando, mineração ilegal, roubo e tráfico de drogas, inicialmente no varejo.
Em 2018, ele se aproveitou do vácuo de segurança na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela para tentar se estabelecer em uma área cinzenta entre o estado venezuelano de Táchira e o departamento colombiano de Norte de Santander, mesmo à custa do confronto com grupos criminosos do país vizinho. Essa fronteira sempre foi uma área particularmente porosa em termos legais, com "trochas" frequentemente usadas para contrabando e tráfico de migrantes.
O êxodo migratório venezuelano, por sua vez, serviu de canal para a expansão do Tren de Aragua em outros países da região, e os membros do grupo começaram a se estabelecer na Colômbia, no Peru e no Chile.
ESTADOS UNIDOS AUMENTAM A PRESSÃO
O líder da quadrilha, detido desde 2013, fugiu da prisão de Torocón em setembro de 2023, antes de as autoridades lançarem uma operação para retomar o controle do centro. Seu paradeiro é desconhecido e o governo dos EUA está oferecendo uma recompensa de até US$ 5 milhões (€ 4,3 milhões) por informações que levem à sua prisão ou condenação.
Washington, na verdade, tem como alvo o Trem de Aragua há anos. O governo anterior, liderado por Joe Biden, já havia classificado o grupo como uma organização criminosa transnacional, mas o governo atual, sob o comando de Trump, aumentou a pressão ao rotulá-lo como uma organização terrorista.
Trump apontou o governo de Nicolás Maduro como responsável pelas atividades do cartel e aumentou a pressão com um ataque em águas caribenhas a um navio da Venezuela que supostamente transportava um carregamento de drogas. "Espero que isso sirva de alerta para qualquer pessoa que esteja pensando em trazer drogas para os Estados Unidos", disse ele.
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