Promotoria colombiana pede "medidas coercitivas urgentes" contra contrabandista
Petro "rejeita" decisão da alta corte e sugere pacto com Washington
MADRID, 10 jun. (EUROPA PRESS) -
O Supremo Tribunal de Justiça de Portugal ordenou a libertação imediata de Diego Marin Buitrago, conhecido como "Pitufo" e considerado o "czar do contrabando" na Colômbia, considerando que sua detenção é ilegal, já que o prazo para executar sua extradição para o país latino-americano expirou, enquanto se aguarda seu pedido de asilo.
O tribunal superior português concordou, portanto, com a defesa de Marín - acusado de contrabando, suborno e participação em organização criminosa - embora tenha esclarecido em sua decisão que o processo de extradição continuará após a resolução de seu pedido de asilo, para o qual estabeleceu um período de 20 dias.
Marín também foi apontado pela campanha presidencial de Gustavo Petro nas eleições de 2022, para a qual está em andamento uma investigação "por suposta violação do regime de financiamento de campanhas eleitorais".
Em fevereiro passado, o assessor de Petro, Xavier Vendrell, reconheceu que o contrabandista havia lhe dado cerca de 500 milhões de pesos (mais de 120.000 euros) para a campanha do atual presidente, embora tenha assegurado que não o recebeu porque "a origem do dinheiro não pôde ser verificada".
Marín foi preso em Gandía, na Espanha, em abril de 2024, mas escapou depois de ser colocado à disposição da Audiência Nacional e se beneficiar de uma liberdade condicional enquanto sua possível transferência estava sendo processada. As forças de segurança portuguesas acabaram interceptando-o em dezembro do ano passado no norte de Portugal.
O presidente colombiano demonstrou sua "rejeição" à decisão da Suprema Corte de Portugal em uma mensagem em sua conta na rede social X, na qual questionou que "todas as provas que demonstram as atividades ilegais de" Marín foram entregues a ele.
Ele também sugeriu que a decisão do tribunal estava relacionada a um pacto com Washington, afirmando que há políticos colombianos interessados nisso: "Não sei se houve uma negociação com o governo dos EUA, que estava pressionando um líder da oposição colombiana com interesses escusos", disse ele.
O Ministério Público da Colômbia, por sua vez, solicitou ao Ministério Público de Portugal que "aplique urgentemente as medidas coercitivas pertinentes para garantir" a extradição de Diego Marín Buitrago.
As medidas solicitadas incluem "proibir ou impedir que ele saia de Portugal, reter seu passaporte, ordenar que ele compareça periodicamente perante as autoridades judiciais, o uso de um mecanismo de monitoramento eletrônico, residência supervisionada ou outras medidas semelhantes", disse a agência em um comunicado.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático