VALÈNCIA 4 dez. (EUROPA PRESS) -
O vice-diretor geral de Emergências, Jorge Suarez, afirmou ao juiz que investiga a gestão do dana catastrófico de 29 de outubro de 2024, que deixou 230 vítimas fatais na província de Valência, que levantou o envio de mensagens de alerta à população antes de encontrar o Cecopi, por volta das 17.15 horas, e às imagens que chegaram a eles de pessoas nos telhados em Utiel e Requena. Ele então sugeriu novamente às 17:38.
Suárez fez essa declaração em seu depoimento como testemunha perante o juiz de Catarroja que está investigando a gestão da dana, um procedimento no qual há duas pessoas sob investigação: a ex-conselheira de Justiça e Assuntos Internos, Salomé Pradas, e seu ex-número dois, Emilio Argüeso.
A testemunha compareceu ao órgão judicial às 9h - foi convocado às 9h30 - e se recusou a fazer declarações à mídia que o aguardava na porta.
O depoimento de Suárez é muito aguardado, pois ele é o técnico mais graduado do Centro de Coordenação de Emergência (CCE), que retornou ao seu posto em 29 de outubro - o dia da enchente - após alguns dias de férias. Além disso, a testemunha acompanhou Pradas durante o dia 29 de outubro e no Cecopi.
Suárez, juntamente com o ex-inspetor-chefe do Consórcio de Bombeiros da Província de Valência, José Miguel Basset, são as duas pessoas a quem diferentes líderes políticos atribuíram a responsabilidade pelas decisões tomadas no dia da enchente.
Em seu depoimento, Suárez, que é funcionário do Departamento de Emergência há 12 anos, fez uma cronologia do que aconteceu na tarde do dia. Ele disse que o Cecopi foi montado às 17h - embora a reunião só tenha começado às 17h15 - e que, antes disso, eles estavam em uma sala visualizando os recursos de que dispunham.
Foi quando viram imagens de Utiel e Requena, com pessoas nos telhados, e viram que nem os recursos da Unidade Militar de Emergência (UME) nem os bombeiros florestais poderiam chegar à área.
A testemunha estava "muito preocupada", lembrou ele, com as pessoas presas e com a possibilidade de hipotermia. Por esse motivo, ele sugeriu - o Cecopi ainda não havia sido conectado - o uso do Es-Alert, embora não tenha usado esse nome. Ele disse que eles tinham a capacidade de enviar um aviso a todos os telefones celulares, disse ele.
Uma vez conectados ao Cecopi, as pessoas presentes e conectadas começaram a falar. Um dos que falaram foi o presidente da Confederação Hidrográfica do Júcar (CHJ), Miguel Polo, que se referiu à barragem de Forata, que estava começando a derramar água e não descartou a possibilidade de um estouro no cenário 3. "Isto foi um choque para todos", sublinhou.
Por volta das 17h38, a chefe do Serviço de Emergência, Inmaculada Piles, lhe passou os nomes dos municípios afetados pela barragem de Forata pelo WhatsApp, outro funcionário lhe enviou o Plano de Emergência da barragem e havia municípios que tinham uma altura de seis ou sete metros em caso de rompimento, lembrou.
Foi nesse momento que se comentou que a população tinha que ser avisada, e ele novamente colocou na mesa que o Es-Alert poderia ser usado. Eram 17:38 horas, ressaltou a testemunha, e ela não se lembra se ele usou ou não a palavra "Es-Alert" novamente.
IMAGENS NO CECOPI
Por outro lado, a testemunha confirmou que foi decidido guardar as imagens gravadas por uma câmera enquanto as autoridades entravam no Cecopi no mesmo dia da dana, já que se tratava de "uma estrutura crítica" e "entendeu-se que havia um interesse social".
Ele indicou que essa decisão não foi comunicada a nenhuma autoridade judicial, mas ao secretário regional. Mais tarde, quando lhe foi solicitado um inventário das autoridades que tinham ido ao Cecopi naquele dia, a testemunha disse que o vídeo foi usado para fazer a liminar.
Com relação à chegada de Mazón ao Cecopi, a testemunha disse que ficou "surpreso" quando percebeu que ele havia chegado às 20h28, porque tinha em mente que era um horário diferente. "Na imprensa, havia aparecido que Mazón havia chegado às 19h30 e ele também disse isso durante sua aparição nas Cortes", apontou.
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