MADRID 19 nov. (EUROPA PRESS) -
A Câmara Federal de Buenos Aires, o órgão judicial supremo da Cidade Autônoma de Buenos Aires, confirmou nesta terça-feira o processo contra o ex-presidente argentino Alberto Fernández por seu suposto papel em uma série de irregularidades em contratos de seguro durante seu mandato que teriam beneficiado o sócio de sua secretária.
Na decisão judicial, noticiada pelo jornal 'La Nación', os magistrados mantiveram o processo contra o ex-presidente por supostas negociações incompatíveis com o exercício do cargo público, devido aos indícios de que Fernandez estava envolvido no esquema que concedeu contratos ao corretor Hector Martinez Sosa por meio de sua secretária particular por décadas e esposa do corretor, Maria Cantero.
Nesse sentido, o órgão judicial considerou como corroborada a hipótese de que houve "direção criminosa e exercício de influência" por parte do ex-presidente em favor do sócio de sua secretária, descrevendo um vínculo pessoal e profissional com ele.
Uma das provas que influenciaram a decisão foi uma mensagem de Fernández com o texto "Eu cuidarei disso" em resposta à preocupação de Cantero com a perda de um contrato no Ministério das Relações Exteriores, o que foi considerado como um envolvimento direto do ex-inquilino da Casa Rosada.
Ao confirmar sua acusação, o Tribunal Federal manteve a apreensão dos bens de Alberto Fernández por mais de 14,6 bilhões de pesos argentinos (cerca de 9 milhões de euros), bem como a proibição de deixar o país sem autorização judicial. O ex-líder enfrentaria, portanto, uma sentença de prisão de um a seis anos e desqualificação vitalícia.
Dessa forma, a Câmara revisou e validou a decisão do juiz federal Sebastián Casanello, que em junho iniciou o processo contra o ex-presidente com base no fato de que ele havia intervindo para favorecer os interesses de Martínez Sosa, principal cliente de Fernández entre 2010 e 2019, quando este último trabalhou como advogado e lobista.
De acordo com o magistrado, a empresa desse corretor teria concentrado cerca de 60% das comissões pagas entre 2020 e 2023 pela empresa Nación Seguros a todos os intermediários das apólices emitidas para entidades estatais desde o início do mandato de Fernández. Assim, o valor ultrapassaria 2,25 bilhões de pesos (mais de um milhão de euros hoje, embora em 2023 pudesse chegar a 19 milhões de euros, levando em conta a inflação).
Tanto Martínez Sosa quanto Cantero - esta última também por violação de seus deveres como funcionária pública - também tiveram suas acusações confirmadas na sentença, que também inclui o ex-presidente da Nación Seguros na época, Alberto Pagliano.
A decisão foi tomada depois que, em setembro, a promotoria solicitou a revogação da acusação, argumentando que não havia provas e testemunhos suficientes, como o testemunho do ex-ministro das Relações Exteriores do governo Fernández, Santiago Cafiero.
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