Publicado 30/12/2025 01:50

O sistema judiciário argentino declara nulo e sem efeito o protocolo antipicket do governo, e o governo recorrerá da decisão.

Archivo - 6 de agosto de 2025, Caba, Buenos Aires, Argentina: a manifestação de quarta-feira ocorreu em meio a uma operação pesada das forças de segurança, que se envolveram em vários incidentes com os manifestantes, que foram então pulverizados com spray
Europa Press/Contacto/Daniella Fernandez Realin

MADRID 30 dez. (EUROPA PRESS) -

Um juiz argentino declarou nulo e sem efeito o chamado protocolo anti-picket promovido em dezembro de 2023 pela ex-ministra da Segurança e atual senadora Patricia Bullrich, que defendeu o regulamento, assim como sua sucessora, Alejandra Monteoliva, e o próprio ministério, que anunciou que recorrerá da decisão.

O magistrado federal Martín Cormick declarou o regulamento nulo e sem efeito, alegando deficiências em sua formalização, e indicou que "as pessoas que foram afetadas por atos praticados pela polícia e/ou pelas forças de segurança" em relação ao protocolo "devem - individualmente - denunciar tais ações ao sistema de justiça criminal", de acordo com a rede Todo Noticias.

Sua decisão foi resultado de uma ação judicial movida pela ONG Centro de Estudios Legales y Sociales (CELS), que comemorou por meio da rede social X que "a sentença do juiz federal Martín Cormick impõe limites ao que o Ministério da Segurança pode fazer: ele não pode restringir direitos constitucionais".

"Sindicatos, partidos políticos, movimentos sociais, povos indígenas, organizações de direitos humanos, ambientalistas e muitos outros participaram do processo para exigir a inconstitucionalidade do protocolo. É um triunfo coletivo", enfatizou a organização.

Por outro lado, o Executivo, presidido por Javier Milei, demonstrou sua insatisfação com a decisão e apresentará um recurso, conforme anunciado pelo Ministério da Segurança em um comunicado no qual afirma que "sem o Protocolo, o caos volta".

"O protocolo é legítimo. Ele tem fundamentos técnicos, legais e operacionais. Vamos defendê-lo porque é a ferramenta que restabeleceu a ordem, a previsibilidade e a paz social", disse o ministério, que defende a regulamentação porque, argumenta, "permitiu garantir a livre circulação e que as ruas voltassem a pertencer àqueles que escolhem trabalhar".

Dessa forma, o ministério defendeu que essa regulamentação "não proíbe, ela ordena", já que "há o direito de manifestação, mas com ordem e respeito à livre circulação e ao direito de exercer o comércio".

A atual chefe da pasta, Alejandra Monteoliva, atribuiu a decisão à "velha política" em uma mensagem na rede social X na qual, de acordo com a declaração emitida, ela garante que a Segurança não dará "um passo atrás" nessa área.

A decisão também não agradou a principal promotora e apoiadora do protocolo anti-picket, a atual senadora Patricia Bullrich, que, por meio da X, repetiu o mesmo slogan de Monteoliva. Ela também acusou o juiz Cormick de se posicionar "sempre (...) contra o governo" e argumentou que sua decisão prejudica "os argentinos que querem trabalhar, circular e viver em paz".

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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