MADRID 20 nov. (EUROPA PRESS) -
As Forças Democráticas da Síria (SDF), lideradas por milícias curdo-árabes, afirmaram nesta quarta-feira ter abatido dois drones do Estado Islâmico lançados de posições controladas pelo governo central a leste da cidade de Raqqa, no norte do país, ligando assim Damasco à organização terrorista.
"Esta tarde, nossas forças abateram dois drones lançados de posições controladas por facções do governo de Damasco na área da aldeia de Ganem al Ali, a leste de Raqqa", disse a SDF em um comunicado em seu canal Telegram, denunciando que "esta área está sendo atacada há uma semana por facções do governo e seus aliados".
Após a derrubada de ambos os drones, as forças curdas analisaram seus destroços e consideraram que "ficou claro que a tripulação que operava o drone, realizando missões de reconhecimento, vigilância e ataque, era um grupo de combatentes estrangeiros afiliados à organização terrorista Estado Islâmico" e que eles foram "localizados" em posições governamentais em frente à área sob sua custódia.
Eles acusaram o governo de Ahmed al Shara de "usar as posições e fortalezas dessas facções para realizar reconhecimento e ataques com drones" contra eles, alertando que "isso permite que a organização terrorista reconstrua suas capacidades de forma ainda mais perigosa".
Nesse sentido, a SDF instou seus parceiros da Coalizão Internacional contra o Estado Islâmico - à qual Damasco se juntou em novembro deste ano - a investigar os eventos e a atividade na área por parte dos combatentes do Estado Islâmico, bem como a "processar todos os responsáveis por apoiá-los". "Ignorar essas violações ameaça a segurança regional e permite que a organização se reagrupe e aterrorize civis e comunidades", enfatizaram.
Poucas horas depois, através da mesma mídia, as forças curdas informaram que vários de seus membros estão "neutralizando vários locais usados diretamente pelos terroristas do Estado Islâmico para lançar drones" contra suas posições.
Eles também se referiram a um vídeo divulgado por seus serviços de imprensa que "mostra claramente" combatentes do grupo jihadista usando esses locais, reiterando a ideia de "coordenação direta" entre eles e "várias facções" das autoridades de transição sírias para atacar suas "posições militares e ameaçar a segurança da região".
"Nossas forças continuam suas operações no terreno para interromper as fontes de ataque e reforçar a proteção de nossas linhas e posições militares, ao mesmo tempo em que reafirmam seu total compromisso com a defesa legítima do norte e do leste da Síria e para repelir qualquer ameaça terrorista", concluiu a SDF.
Essa denúncia ocorre em meio ao aumento das tensões no norte da Síria entre as forças curdas e as forças leais às autoridades de transição instaladas na Síria após a queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro de 2024.
Além disso, nos últimos meses, a SDF vem trocando golpes com o EI, incluindo várias operações contra células do EI e o ataque terrorista que matou cinco milicianos curdos no final de setembro.
Embora o presidente transitório da Síria tenha assinado um acordo com o comandante da SDF, Mazlum Abdi, em 10 de março, para a reintegração das instituições autônomas curdo-árabes no nordeste do país ao Estado sírio, sua implementação foi adiada e levou a confrontos esporádicos.
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