MADRID, 21 nov. (EUROPA PRESS) -
O presidente do governo, Pedro Sánchez, participará neste sábado da cúpula de líderes do G20 em Joanesburgo (África do Sul), que se espera que seja mínima devido à ausência dos principais líderes mundiais e porque se espera que termine sem um acordo entre os países presentes.
Como não são esperados grandes avanços, o chefe do governo espanhol defenderá perante os outros líderes que, pelo menos, não serão dados passos para trás nas questões que mais interessam à Espanha, como a luta contra as mudanças climáticas e o fortalecimento do multilateralismo.
O governo espera que a cúpula seja descafeinada pelo boicote que, em sua opinião, foi proposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que não comparecerá nem enviará nenhum representante de seu país, deixando a cadeira vazia pela primeira vez na cúpula que reúne os 20 países com maior peso internacional.
Além de Trump, os presidentes da China, Xi Jinping; da Rússia, Vladimir Putin; da Argentina, Javier Milei; e a presidente do México, Claudia Sheinbaum, também não deverão comparecer, embora todos eles deleguem a representação de seus países a líderes de segundo escalão.
NÃO HÁ PREVISÃO DE UMA DECLARAÇÃO ACORDADA
De acordo com fontes do governo, a cúpula não será concluída com uma declaração que inclua acordos entre todos os participantes, dada a impossibilidade de se chegar a um consenso. O G20, segundo eles, reflete o estado do mundo e, nessa ocasião, a posição dos EUA tornou impossível chegar a uma declaração acordada.
Em vez disso, a presidência sul-africana apresentará um resumo de sua visão das questões abordadas no ano passado, mas esse é um documento não vinculativo que não compromete os Estados com nada.
A Espanha apoia essa opção porque a alternativa teria sido uma declaração de mínimos, que também teria de incluir as posições de países como os Estados Unidos e a Argentina, que são altamente críticos em relação ao atual sistema multilateral. As fontes consultadas afirmam que a harmonia entre os governos da Espanha e da África do Sul possibilitou a incorporação da visão do governo de Sánchez em pontos importantes desse texto.
Nesse contexto, o governo é favorável à obtenção de um resultado mais conservador, mas que pelo menos não inclua retrocessos em questões fundamentais para a Espanha, como o fortalecimento do sistema multilateral, o respeito à legalidade internacional, a defesa do comércio internacional e a luta contra as mudanças climáticas.
A ESPANHA É RECONHECIDA COMO "HÓSPEDE PERMANENTE
Os principais temas da cúpula, levantados pela África do Sul, são solidariedade, igualdade e sustentabilidade, embora o contexto atual tenha impedido discussões aprofundadas. O governo admite certa frustração por não ter conseguido realizar discussões aprofundadas, especialmente quando a agenda está de acordo com as prioridades da Espanha.
Além do resumo mencionado acima, outros documentos secundários serão apresentados na cúpula do G20, um sobre o desenvolvimento dos países africanos e outro sobre uma estrutura voluntária para minerais críticos.
Também estará sobre a mesa um relatório sobre o processo de revisão do funcionamento do G20, com algumas propostas para melhorar a coordenação e a continuidade entre as presidências e consolidar a presença de organizações internacionais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), dos quais o G20 tira seu sustento.
O governo espera que o relatório inclua uma menção por escrito ao status da Espanha nesse fórum, do qual participa não como membro, mas como "convidado permanente". Para Moncloa, é uma conquista que, pela primeira vez, isso esteja refletido em um documento oficial, e eles consideram que isso consolida a presença da Espanha nessas cúpulas.
SÁNCHEZ PEDIRÁ QUE SEJA DADA PRIORIDADE À LUTA CONTRA A POBREZA E A DESIGUALDADE
Na mesa dos líderes também haverá outro documento sobre desigualdade global, liderado pelo economista Joseph Stiglitz, que enfatizará a necessidade de manter a agenda social e a desigualdade como uma questão fundamental na discussão entre os Estados.
Com esses ingredientes, Sánchez vai a essa cúpula com a intenção de defender as posições anteriormente defendidas perante as Nações Unidas, de que não se retroceda um único passo na defesa do sistema multilateral e na luta contra a mudança climática, e de que a luta contra a pobreza e a desigualdade continue a ser uma prioridade.
Durante os dois dias da cúpula, sábado 22 e domingo 23 de novembro, Sánchez participará da sessão de trabalho "Crescimento econômico sustentável e inclusivo que não deixe ninguém para trás" e de outra intitulada "Um futuro justo e equitativo para todos". Ele participará, sem falar, da sessão de trabalho sobre "Um futuro justo e equitativo para todos".
No domingo, por volta das 13 horas, ele se apresentará à mídia e depois seguirá para Luanda (Angola) para participar da cúpula da União Africana e da União Europeia.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático