Pool Moncloa/Borja Puig de la Bellacasa y Pool UE
BRUXELAS 19 dez. (EUROPA PRESS) -
O Presidente do Governo, Pedro Sánchez, avaliou o adiamento até janeiro próximo da assinatura do acordo comercial do Mercosul, argumentando que se esperamos 25 anos, podemos esperar "25 anos e um mês".
"Se esperamos 25 anos, podemos esperar 25 anos e um mês para assinar o acordo do Mercosul", disse ele em uma coletiva de imprensa realizada às três horas da manhã, após o término da reunião dos líderes da UE-27 realizada na quinta e sexta-feira em Bruxelas.
As declarações do chefe do Executivo foram feitas depois que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou aos chefes de Estado e de governo que a assinatura do acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul não será assinada neste sábado, mas foi adiada para janeiro próximo, em uma data ainda a ser determinada.
O comunicado foi feito durante o jantar que os líderes dedicaram à geoeconomia e à competitividade da UE, como informaram fontes européias à Europa Press, no curso de um Conselho Europeu que não tinha esse acordo na agenda, mas que a pressão da França e da Itália para adiá-lo obrigou a tratar do assunto.
"CHEGOU A HORA DE CONCLUIR" O MERCOSUL
Sánchez explicou que, durante a cúpula, ele argumentou que o acordo do Mercosul "é extremamente importante", não apenas porque vem se arrastando há um quarto de século, mas também porque, em sua opinião, "chegou a hora de finalizá-lo". Por esse motivo, ele pediu a seus colegas europeus que concluíssem esse processo de negociação "tão longo ao longo de tantas décadas" e do qual a Europa e o mundo "precisam".
"Já houve muita paciência por parte de todos os atores", disse ele, lembrando que o acordo serviria para "canalizar e diversificar" as relações comerciais da UE com outros blocos e países regionais em um momento decisivo em nível comercial e econômico, influenciado principalmente pela guerra comercial travada pelos Estados Unidos.
Durante a cúpula, o chefe do Executivo pediu aos Estados que tinham "dúvidas de última hora" que "pensassem na Europa", que "se comprometessem com essa Europa aberta" e com "a oportunidade" oferecida às empresas, especialmente às pequenas e médias empresas, com esse acordo comercial.
"Estaríamos falando de que a União Europeia e o Mercosul poderiam formar a área de livre comércio mais importante do mundo, com 700 milhões de pessoas e que significaria, segundo estimativas, uma economia anual de mais de 4 bilhões de euros em tarifas", continuou em sua explicação.
MAIS OTIMISTA DO QUE HÁ ALGUNS DIAS
Horas antes, fontes do governo já haviam minimizado a possibilidade de adiar a assinatura do acordo de livre comércio, argumentando que o tratado da UE com a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai está sendo preparado há 25 anos e que, embora seja essencial que seja publicado o mais rápido possível, ele pode esperar um pouco mais.
Se puder ser feito nesta quinta-feira, argumentaram, tanto melhor, mas também pode ser feito no próximo mês. Eles também ressaltaram que há países que estão aguardando as salvaguardas acordadas esta semana entre o Conselho (governos) e o Parlamento Europeu, que, entre outras coisas, prevê a vigilância do mercado e medidas para suspender as importações de produtos sensíveis se forem constatadas fortes distorções para os europeus.
Essas regras, no entanto, ainda estão aguardando a adoção final pelos colegisladores europeus e não entrarão em vigor antes de janeiro. Um cronograma que Emmanuel Macron também apontou em sua chegada à cúpula em Bruxelas, quando pediu para esperar até que as medidas se concretizem e outras iniciativas anunciadas por Bruxelas, como o fortalecimento dos controles alfandegários, sejam implementadas.
O governo também comentou o telefonema entre a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o presidente brasileiro, Lula da Silva, no qual a primeira-ministra italiana disse a seu colega que está pronta para assinar o acordo assim que as respostas necessárias aos agricultores forem garantidas.
"O governo italiano está pronto para assinar o acordo assim que forem fornecidas as respostas necessárias aos agricultores, que dependem das decisões da Comissão Europeia e podem ser definidas em um curto período de tempo", disseram fontes do Palazzo Chigi.
Em vista disso, o governo se mostrou mais otimista do que nos últimos dias quanto à possibilidade de a Itália finalmente aprovar o acordo, pois acredita que a adoção definitiva do acordo pelo Parlamento e pelo Conselho lhes daria mais tranquilidade.
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