Acredita que o uso de ativos russos facilitaria o apoio econômico a Kiev.
BRUXELAS, 3 dez. (EUROPA PRESS) -
O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, pediu nesta quarta-feira aos aliados que mantenham o apoio financeiro à Ucrânia, mesmo que a União Europeia não consiga chegar a um consenso sobre o uso de ativos russos congelados na Europa para um empréstimo de reparação, embora ele acredite que o uso de ativos russos "facilitaria" o apoio financeiro a Kiev.
"A Ucrânia não pode ser deixada sozinha. Temos que nos certificar de que o dinheiro ainda está lá, como fizemos nos últimos anos. Conseguimos obter o dinheiro necessário para a Ucrânia, mesmo sem os ativos congelados", disse o chefe político da OTAN em uma coletiva de imprensa no final da reunião dos ministros das Relações Exteriores aliados.
De acordo com Rutte, os aliados europeus estão empenhados em explorar o uso dos ativos russos congelados, embora ele tenha alertado que "se isso não acontecer", eles terão que procurar outras fontes de financiamento.
"Então, está absolutamente claro que precisaremos obter o dinheiro de outra forma", disse ele. "Vamos ver até onde vamos chegar, porque, é claro, isso facilitaria as coisas", argumentou.
O comentário do líder da OTAN ocorre no mesmo dia em que a Comissão Europeia apresentou a base legal para levar adiante sua proposta de empréstimo de reparação à Ucrânia, apesar de a Bélgica questionar abertamente sua legalidade.
AS NEGOCIAÇÕES NÃO PROSSEGUEM EM LINHA RETA
Rutte reiterou o elogio ao presidente dos EUA, Donald Trump, por ter desbloqueado as negociações de paz com a Rússia, ao mesmo tempo em que alertou que o processo "não é algo que acontece em linha reta de uma só vez". "Você precisa de propostas na mesa e precisa ter discussões", disse ele, garantindo que o processo será gradual e "passo a passo".
De acordo com o secretário-geral aliado, a OTAN quer que as negociações consolidem uma Ucrânia "soberana" com garantias de segurança que assegurem que a Rússia "nunca mais tentará atacar a Ucrânia". "É isso que estamos buscando", disse ele.
Nesse sentido, o ex-primeiro-ministro da Holanda pediu a continuidade do apoio militar à Ucrânia para fortalecer o país e aumentar a pressão sobre a Rússia. "Não vamos a lugar nenhum. Estamos falando sério. Vamos nos certificar de que a Ucrânia tenha o que precisa para continuar na luta", disse ele, reiterando a importância do programa PURL, segundo o qual os aliados adquirem armas fabricadas nos EUA para abastecer a Ucrânia.
Ele também pediu a continuação da imposição de sanções econômicas a Moscou, insistindo que o "impacto sobre a economia russa" estava sendo sentido diante das tentativas do Kremlin de "encobrir" as consequências da economia de guerra. "Está chegando ao fim da linha em termos dessas formas de encobrir o enorme impacto econômico das sanções", disse ele, enquanto apertava o laço sobre a frota clandestina da Rússia.
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