Publicado 04/12/2025 09:28

A Rússia prepara "um pacote de contramedidas" para uma possível apreensão de ativos para financiar a Ucrânia

RÚSSIA, SÃO PETERSBURGO - 4 DE DEZEMBRO DE 2025: A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, dá uma coletiva de imprensa sobre questões de política externa como parte da Conferência Internacional "A Grande Guerra Patrióti
Europa Press/Contacto/Peter Kovalev

Moscou afirma que "quaisquer ações ilegais" que afetem "reservas e ativos" estatais "não passarão sem contestação".

MADRID, 4 dez. (EUROPA PRESS) -

O governo russo confirmou na quinta-feira que está preparando "um pacote de contramedidas" para responder à possibilidade de a União Europeia (UE) decidir usar fundos russos congelados após o início da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022 para fornecer financiamento a Kiev.

"A preparação de um pacote de contramedidas no caso de tal roubo e apreensão de ativos russos está em andamento", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova. "Naturalmente, quaisquer ações ilegais que envolvam nossas reservas e propriedades estatais não passarão sem contestação", acrescentou.

Ela garantiu que "haverá uma reação" de Moscou se o bloco tomar essa medida e disse que "a comunidade internacional não vai ignorar essa situação", antes de denunciar que a UE está usando todos os meios à sua disposição, incluindo medidas "sem qualquer base legal" para agir contra a Rússia, de acordo com a agência de notícias russa TASS.

"Este caso, em que a compreensão das falhas inerentes a uma estratégia fracassada que a ala russofóbica impôs a toda a UE, beira a loucura política", criticou Zakharova, ressaltando que "o desejo de causar danos à Rússia literalmente se sobrepõe a todas as outras considerações".

"Ninguém na UE sequer esconde o fato de que não há base legal para esse tipo de ação. É roubo, não há outra definição possível", disse ela, quase duas semanas depois que a Duma russa pediu ao governo que desenvolvesse medidas em resposta a essa possibilidade, incluindo "medidas legais" contra a Bélgica e a Euroclear.

Na quarta-feira, a Comissão Europeia apresentou a base legal para sua proposta de usar a liquidez dos ativos soberanos russos congelados na Bélgica para financiar um empréstimo de reparação à Ucrânia, um plano cuja legalidade é abertamente questionada pelo governo belga, que o chama de "confisco" e adverte que poderia levar à "falência".

No entanto, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse na quarta-feira que cobrir um empréstimo para a Ucrânia com o apoio de ativos russos congelados seria uma violação da legislação da UE.

A esse respeito, ela lembrou que a Euroclear detém 40 trilhões de euros em ativos, incluindo ativos russos. A mobilização desses fundos para disponibilizá-los a Kiev exigiria que o BCE fornecesse "garantias", o que teria implicações negativas para a estabilidade financeira e a confiança na zona do euro e no euro.

Se os líderes da UE derem luz verde à proposta de ativos na reunião de duas semanas, ela não será imediata porque exigirá uma série de procedimentos também em nível nacional, mas os serviços da UE estimam que ela poderá estar pronta no segundo trimestre de 2026. Kiev só teria que pagar o empréstimo de reparação se, ao final da guerra, a Rússia assumisse sua responsabilidade e compensasse financeiramente a Ucrânia pelos danos da invasão.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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