Sergei Bulkin/TASS via ZUMA Pres / DPA - Arquivo
Lavrov diz que Moscou "responderá com força" no caso de um posicionamento militar europeu em território ucraniano
MADRID, 10 dez. (EUROPA PRESS) -
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta quarta-feira que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é "o único líder ocidental" que "entende as raízes da crise" na Ucrânia e a situação atual no país, uma declaração que surge no momento em que Washington parece impaciente com a posição adotada pela União Europeia sobre um possível acordo de paz para acabar com a guerra.
Falando ao parlamento, Lavrov disse que "imediatamente após chegar à Casa Branca, Trump começou a dar sinais de que entendia o que estava acontecendo e as razões que tornam a guerra ucraniana inevitável". "Isso também destaca as ações hostis de seus antecessores no cargo contra a Rússia por muitos anos", disse ele.
"Os Estados Unidos estão demonstrando cada vez mais impaciência, especialmente Trump, que, como eu disse, é o único que parece entender. E essa história agora está chegando ao clímax", disse ele, observando que o magnata de Nova York "vê a necessidade de abordar as raízes dessa questão" e sua relação com o fato de que "os direitos de muitos foram prejudicados por aqueles que chegaram ao poder como resultado do golpe de 2014".
Nesse sentido, ele disse que Trump também demonstrou ser "o único líder ocidental que se preocupa com os direitos humanos" em relação a essa questão e que ele está abordando a possibilidade de "garantir os direitos das minorias" na Ucrânia. Essa é uma questão que os lados americano e russo abordaram, disse ele, antes de expressar que "é bom que isso esteja sendo discutido".
"Pedimos à Ucrânia que cumpra todas as normas relacionadas às minorias e às liberdades religiosas que são aceitas na União Europeia", insistiu ele, não sem enfatizar que "os direitos humanos não devem ser ignorados" ao lidar com essas questões, de acordo com a agência de notícias russa TASS.
Lavrov criticou a "mania" de acreditar que "os europeus estão acima de qualquer norma, tradição ou lei em vigor em outras partes do mundo". "É por isso que Trump e seus associados estão cada vez mais falando sobre a profunda crise na UE e a ideia de que ela está indo na direção errada", acrescentou.
"A UE não consegue engolir o fato de que a Rússia vencerá e alcançará seus objetivos legítimos, e é por isso que os líderes europeus continuam a aderir a políticas fúteis de apoio a Kiev", afirmou. "A Europa ficou cega em seu desejo de infligir uma derrota estratégica à Rússia. Eles não conseguem imaginar uma situação em que tenham que engolir a derrota, mas esse é claramente o problema deles", enfatizou.
"Apreciamos a disposição do presidente Trump de se engajar no diálogo e resolver o conflito na Ucrânia por meios políticos e diplomáticos", continuou Lavrov, destacando as negociações entre EUA e Rússia realizadas na semana passada, nas quais se chegou a um acordo para "continuar esse trabalho".
A RÚSSIA RESPONDERÁ
Sobre a possibilidade de um destacamento militar europeu na Ucrânia, ele afirmou que "haverá uma resposta forte", ao mesmo tempo em que descartou a possibilidade de Moscou "estar buscando uma guerra com a Europa". "Essa ideia não passou por nossas cabeças, mas responderemos a qualquer ato hostil", disse ele.
"Isso inclui o envio de contingentes militares europeus para a Ucrânia", acrescentou o ministro, acrescentando que haveria uma resposta caso "os ativos russos sejam apropriados", como alguns líderes estão pedindo.
Ele também enfatizou a importância de as Nações Unidas "deixarem de desempenhar um papel parcial" na Ucrânia. "Pedimos a eles que parem de ucranianizar tudo. Suas posições foram privatizadas pelo Ocidente e toda a sua política foi ditada, em grande parte, pelos membros da OTAN e da UE", disse ele.
"Questões políticas, de paz, humanitárias e de segurança na estrutura da ONU são todos mecanismos de influência. Tudo isso está nas mãos de colegas ocidentais, que se beneficiam disso, infelizmente. Temos que começar a pensar no futuro da ONU para que não se repita o que aconteceu com a OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa)", concluiu.
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