Publicado 05/11/2025 09:55

O Rio de Janeiro justifica a operação nas favelas: "A polícia está em desvantagem com esses grupos".

Castro diz que há pelo menos uma dúzia de operações em andamento.

29 de outubro de 2025, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil: Rio de Janeiro (RJ), 29/10/2025 - Operação de contenção/Rio/CV/Alemao/Penha/RJ - Moradores levam dezenas de corpos para a Praça da Penha após a operação mais mortal do Rio de Janeiro, nesta qu
Jose Lucena / Zuma Press / ContactoPhoto

MADRID, 5 nov. (EUROPA PRESS) -

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, defendeu como "proporcional" a operação da semana passada contra o Comando Vermelho em duas favelas, que deixou mais de 120 mortos, argumentando que a polícia "em muitas ocasiões está em desvantagem contra grupos criminosos com perfil paramilitar".

Em um documento de mais de vinte páginas entregue ao Supremo Tribunal Federal, que em abril estabeleceu uma série de regras para controlar as operações nas favelas do Rio de Janeiro, Castro explicou que a polícia agiu de forma proporcional, levando em conta que foram recebidos por 500 homens com "armamento restrito".

Castro explicou que esse grupo criminoso emprega "táticas típicas de guerrilha urbana" e que, durante a operação, os agentes enfrentaram pessoas vestidas com roupas camufladas que se deslocavam por "caminhos clandestinos em meio à vegetação", além de lançarem granadas de drones.

O relatório destaca o grande potencial de armas da organização, citando como exemplos os fuzis de assalto automáticos e os fuzis de grosso calibre confiscados. Em alguns casos, essas armas eram de menor capacidade do que as portadas pelos agentes.

Apesar de ser a operação mais sangrenta da história do estado do Rio de Janeiro, Castro ressaltou que todos os mortos pertenciam ao Comando Vermelho, "o que indica que a ação policial se limitou exclusivamente a esse grupo", segundo o jornal 'O Globo'.

Castro também se referiu às dezenas de corpos que os moradores da Penha e do Alemão deixaram nas ruas para que pudessem ser reconhecidos por seus parentes, depois que as autoridades estimaram o número de vítimas em cerca de 60, alegando que a "contínua ofensiva criminosa" dificultou a estabilização da área.

Apesar das críticas - mais recentemente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chamou a operação de "massacre" e "desastrosa" - Castro comemorou o sucesso da operação, da qual participaram cerca de 2.500 soldados, e atribuiu o grande número de mortes à reação violenta dos moradores dos dois bairros. Foram efetuadas 113 prisões e apreendidas 118 armas e uma tonelada de drogas.

Cláudio Castro, no cargo de governador do Rio de Janeiro desde meados de 2021, tem a seu crédito quatro das operações policiais mais sangrentas da história do estado. Apenas alguns dias depois de assumir o cargo, houve o massacre do Jacarezinho, onde 25 pessoas morreram, incluindo um policial, e um ano depois, o massacre da Vila Cruzeiro, onde 23 pessoas foram mortas.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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