MADRID, 23 nov. (EUROPA PRESS) -
A delegação ucraniana anunciou o início de uma rodada crucial de negociações com a Europa e os Estados Unidos em Genebra (Suíça) para discutir os meandros do plano de paz apresentado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em meio a sérias dúvidas não apenas sobre sua viabilidade, mas também sobre sua autoria.
O porta-estandarte da delegação dos EUA, o Secretário de Estado em exercício e Conselheiro de Segurança Nacional Marco Rubio, passou a noite negando categoricamente os relatos de que todo o plano foi escrito pela Rússia, mas os líderes internacionais, como o Primeiro-Ministro polonês Donald Tusk, exigiram saber ao certo quem é realmente responsável por um plano que impõe duras concessões territoriais e uma redução drástica das capacidades militares da Ucrânia em troca de garantias de segurança.
Até o momento, o chefe da delegação ucraniana, o chefe do gabinete presidencial Andri Yermak, confirmou uma primeira reunião com os conselheiros de segurança do Reino Unido, França e Alemanha (o E3), Jonathan Powell, Emmanuel Bonne e Guenther Sauter, em "uma atmosfera muito construtiva" e está preparando uma segunda reunião com Rubio, o enviado especial Steve Witkoff e o Secretário do Exército Dan Driscoll.
Os conselheiros europeus transmitirão pessoalmente a Rubio a opinião expressa ontem pelos aliados da liderança internacional da Ucrânia sobre o plano de paz, uma "boa base" que "precisa de mais trabalho" em aspectos muito sensíveis, como a cessão territorial da região de Donbas, no leste da Ucrânia, para a Rússia ou a redução das forças militares da Ucrânia.
Além disso, eles enfatizaram que "a implementação dos elementos relacionados à UE e à OTAN exigiria o consentimento dos membros da UE e da OTAN, respectivamente".
Sobre a autoria, Rubio havia declarado anteriormente em uma publicação em X que, embora o documento apresentado "seja baseado em informações russas", "a proposta de paz foi elaborada pelos Estados Unidos" e garantiu que também leva em conta "informações ucranianas anteriores e atuais".
Mais cedo no sábado, o primeiro-ministro polonês pediu mais explicações. "Os líderes da Europa, do Canadá e do Japão declararam nossa intenção de trabalhar nesse plano, apesar das reservas que expressamos sobre ele. No entanto, seria bom antes de começarmos se realmente soubéssemos quem é o autor desse plano", disse ele em sua conta na rede social X.
Entre todas as reações, vale a pena destacar a de Marko Mihkelson, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento da Estônia, que aponta para o conselheiro russo Kirill Dimitriev, diretor executivo do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) e uma figura inicialmente obscura que se tornou cada vez mais importante à medida que as negociações avançavam.
Mihkelson descreveu o "plano Trump" diretamente como "um desastre" que "beneficia diretamente o agressor". "A melhor maneira de navegar nessas águas turvas agora é recuar, remover o projeto de Dmitriev e pressionar pela paz por meio da força. O agressor deve ser forçado a parar de matar e se retirar dos territórios ocupados", disse ele.
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