MADRID 19 nov. (EUROPA PRESS) -
O primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, atacou na quarta-feira a ministra do Interior do Reino Unido, Shabana Mahmood, acusando-a de usar "estereótipos étnicos" contra os migrantes albaneses, depois que ela apontou que 700 famílias albanesas permanecem irregularmente no Reino Unido e não aceitam a repatriação.
"Como pode uma ministra do Interior do Partido Trabalhista ecoar a retórica da extrema direita populista e destacar 700 famílias albanesas, uma gota estatística no oceano dos desafios pós-Brexit do Reino Unido?", criticou o primeiro-ministro albanês em uma postagem na mídia social, sugerindo que tal comentário é inapropriado quando o Reino Unido e a Albânia têm "uma das relações mais bem-sucedidas na Europa em relação à migração ilegal".
Ele insistiu que destacar os migrantes albaneses "repetidamente" não era um exercício de política, mas uma "demagogia preocupante e indecente". Rama, portanto, repreendeu o plano de Mahmood, ressaltando que a política oficial "nunca deve ser orientada por estereótipos étnicos". Isso é o mínimo que a humanidade espera do Reino Unido", disse ele.
De qualquer forma, o líder dos Bálcãs estendeu a mão a Londres em questões de migração, ressaltando que Tirana "pretende continuar sendo um dos aliados mais ativos" do Reino Unido no controle da migração dos Bálcãs.
"O Reino Unido deve procurar maneiras de aprofundar a cooperação com a Albânia em todas as questões de segurança, desde a defesa até a proteção das fronteiras", disse ele, alertando que "fazer de seus compatriotas bodes expiatórios" expõe a minoria albanesa no Reino Unido ao risco representado por "grupos extremistas que se alimentam desse tipo de narrativa".
O governo britânico apresentou na segunda-feira uma proposta de política de imigração que inclui a retirada de benefícios para os solicitantes de asilo e o incentivo às deportações do país, um plano já criticado por organizações de apoio aos migrantes e por parlamentares do próprio Partido Trabalhista, que está no poder.
Mahmood justificou a necessidade dessas novas restrições porque "os britânicos acreditam que o sistema (de asilo) está fora de controle e é injusto". "Eles acreditam nisso porque é assim", disse ele, depois de advertir que a imigração irregular "está destruindo o país" e defender a necessidade de enfrentar a situação como "uma missão moral".
A reforma inclui a intenção de aumentar as expulsões de solicitantes de asilo cujos pedidos foram rejeitados, bem como a detenção e a expulsão forçada de imigrantes, inclusive menores de idade. Em termos de países, ela planeja retomar as expulsões para países como a Síria e suspender a concessão de vistos para cidadãos de Angola, Namíbia e República Democrática do Congo (RDC) se seus governos não aumentarem a cooperação migratória.
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