MADRID 8 maio (EUROPA PRESS) -
Os paralelepípedos da Praça Vermelha de Moscou sediarão nesta sexta-feira o grande desfile que marca o 80º aniversário da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, um evento marcado pelo isolamento de Moscou após a invasão da Ucrânia, que o presidente russo Vladimir Putin tentará reverter mostrando sua influência com uma lista distinta de líderes internacionais.
Putin está recebendo cerca de vinte líderes em Moscou, entre os quais o mais proeminente é o presidente da China, Xi Jinping, que veio principalmente para comemorar o fim da guerra, embora o líder russo aproveite a ocasião para projetar supostas semelhanças entre esse conflito e o que está ocorrendo atualmente na Ucrânia.
Mais de 25 milhões de cidadãos soviéticos morreram no que é conhecido na Rússia como a Grande Guerra Patriótica e, desde então, Moscou sempre sustentou que pagou um preço muito alto para alcançar a paz em uma Europa que não apenas não a reconheceu suficientemente, mas que agora a repudia ao ficar do lado de Kiev.
Além da China, com o maior contingente militar estrangeiro, doze outros países participarão do desfile, incluindo Egito, Vietnã, Belarus, Uzbequistão e Tajiquistão. A Coreia do Norte, cujas tropas estão lutando no lado russo da frente de Kursk, não marchará na Praça Vermelha.
Mas, além da sempre impressionante exibição militar e de armamento desse desfile, o evento contará com a presença de cerca de quinze chefes de Estado, bem como de representantes de governos de outros países - como África do Sul, Vietnã e Indonésia - que, no total, representam 20% do PIB mundial e mais de 22% da população mundial.
Além da já mencionada participação de Xi, também estarão presentes os presidentes da Sérvia, Aleksandar Vucic; do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; da Venezuela, Nicolás Maduro; do Egito, Abdelfatá al Sisi; e o bielorrusso Alexander Lukashenko, um participante habitual de qualquer evento organizado por Moscou.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e o presidente cubano Miguel Díaz-Canel também confirmaram presença. A participação do chefe da junta militar de Burkina Faso, Ibrahim Traoré, é um indicativo da crescente influência da Rússia na África, especialmente na região do Sahel, após a contínua perda de prestígio da França entre suas antigas colônias.
A ESLOVÁQUIA DE FICO, A ÚNICA "REPRESENTANTE" DA UE
Do lado da UE, um dos poucos aliados de Putin, o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, estará presente. Viktor Orbán não estará. A Hungria recusou o convite alegando que não iria "mesmo que houvesse boas relações entre a Rússia e o Ocidente" porque o fim da Segunda Guerra Mundial foi uma das piores derrotas de sua história.
A UE já avisou nos últimos dias que tomaria nota da participação de seus membros, como a Eslováquia, bem como daqueles com aspirações de se juntar ao grupo de Bruxelas, como a Sérvia de Vucic, que viu seu espaço aéreo ser restringido pelos países bálticos para dificultar o acesso a Moscou.
Outro ausente notável é Narendra Modi. O primeiro-ministro indiano cancelou seu convite após as crescentes tensões com o Paquistão, que finalmente explodiram nesta semana com os atentados a bomba entre os dois países.
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