Publicado 17/12/2025 10:40

Putin acusa a Europa de arrastar a Ucrânia para a guerra, alimentando o medo de um conflito global

RÚSSIA, MOSCOU - 16 DE DEZEMBRO DE 2025: O presidente da Rússia, Vladimir Putin, é visto durante uma reunião com o chefe da Kabardino-Balkaria, Kokov, no Kremlin
Europa Press/Contacto/Mikhail Metzel

O presidente russo lamenta que o diálogo com a Europa seja improvável se a atual classe dominante continuar

Moscou diz que as últimas manobras da OTAN estão voltadas para um eventual confronto com a Rússia

MADRID, 17 dez. (EUROPA PRESS) -

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou nesta quarta-feira os países europeus de arrastarem deliberadamente a Ucrânia para uma guerra, e disse que eles estão despertando o medo em suas sociedades de um grande conflito global. "Isso é um absurdo", disse ele.

A ameaça russa aos países europeus "é uma mentira deliberada" que não leva em conta os interesses da sociedade europeia, disse Putin durante uma reunião na quarta-feira com a equipe sênior do Ministério da Defesa, na qual ele fez um balanço, entre outras questões, do último ano da guerra na Ucrânia.

"Na Europa, seus cidadãos estão sendo levados à loucura pelo medo de um confronto inevitável com a Rússia (...) e estão se tornando cada vez mais histéricos", disse Putin, alertando que o fracasso de qualquer negociação recairá sobre aqueles que insistirem em usar "a linguagem da força" com a Rússia.

"A verdade é que a Rússia sempre, nas circunstâncias mais difíceis, se esforçou até o fim, onde quer que houvesse a menor possibilidade, para encontrar soluções diplomáticas para contradições e conflitos", disse ele.

"Não fomos nós que começamos a guerra em 2022; foram as forças destrutivas na Ucrânia, apoiadas pelo Ocidente; em essência, foi o próprio Ocidente que começou essa guerra", disse o presidente Putin.

No entanto, o presidente russo enfatizou que todas as tentativas de destruir a Rússia - seja por meios militares, apoiando "o separatismo e o terrorismo, ou na forma de sanções" - "falharam completamente".

Mesmo assim, o chefe do Kremlin expressou a disposição das autoridades russas de negociar com seus colegas europeus para "resolver pacificamente todos os problemas que surgiram nos últimos anos", embora tenha lamentado que isso seja improvável devido à postura do atual establishment ocidental.

No entanto, Putin advertiu que a Rússia usaria a força para conseguir "a libertação de suas terras históricas" - referindo-se ao leste da Ucrânia - se Kiev e "seus patrocinadores estrangeiros" continuassem a se recusar a negociar seriamente.

Ele saudou o fato de que, em 2025, as forças russas conseguiram "libertar" mais de 300 localidades no leste da Ucrânia. "Estamos orgulhosos das façanhas de nossos soldados que lutam nas linhas de frente", disse ele, observando as "centenas de milhares" de deserções do exército ucraniano.

O chefe do Kremlin também fez um aceno para o presidente dos EUA, Donald Trump, apoiando parcialmente sua ideia de que, com ele na Casa Branca, essa guerra não teria ocorrido. "Isso pode ter ocorrido porque o governo anterior provocou deliberadamente esse conflito armado", disse ele.

Putin também elogiou os "camaradas norte-coreanos" que foram fundamentais para a "libertação" da província de Kursk. "Ombro a ombro com os soldados russos, eles lutaram com bravura e coragem contra o inimigo" e se envolveram em um complexo trabalho de remoção de minas, reconheceu.

MOSCOU ACUSA A NATO DE BUSCAR CONFLITO

Também presente na reunião estava o ministro da Defesa, Andrei Belousov, que alertou em seu discurso que as últimas manobras da OTAN têm como objetivo um eventual conflito armado com a Rússia.

Belousov mencionou o aumento do orçamento da Aliança e as exigências feitas aos seus membros para que invistam 5% do PIB em defesa. "Tudo isso indica que a OTAN está se preparando para um confronto militar com a Rússia", como seus líderes "declararam repetida e abertamente", disse ele.

"Os planos da Aliança exigem que estejamos prontos para isso na década de 2030", alertou Belousov, acrescentando que essa estratégia cria as condições para que a guerra na Ucrânia continue em 2026. "Eles estão prolongando o conflito na esperança de enfraquecer nosso país o máximo possível", disse ele.

"A OTAN continua a fortalecer suas forças de coalizão, estão sendo feitos preparativos para a implantação de mísseis de médio alcance, a lista de munição nuclear está sendo atualizada", disse o ministro da defesa russo.

Para lidar com essas ameaças, Belousov disse que era necessário continuar a desenvolver "forças nucleares estratégicas", que são fundamentais para dissuadir qualquer tipo de agressão.

Com relação à guerra, ele acredita que as forças armadas ucranianas estão fadadas ao "colapso" depois de terem perdido cerca de 500.000 soldados e mais de 103.000 armas este ano, tendo sido expulsas da província russa de Kursk e cedido pontos defensivos "importantes" nas regiões de Donbas e Zaporiyia.

"Este ano, o potencial de combate das forças armadas ucranianas foi reduzido em um terço (...) eles perderam quase 500.000 soldados", disse o ministro, que também enfatizou que Kiev perdeu sua capacidade de reabastecer as fileiras de seu exército com a mobilização forçada de sua população.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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