Almeida entende a "incompreensão" do público, mas coloca a segurança em primeiro lugar
MADRID, 6 jul. (EUROPA PRESS) -
O protocolo da Prefeitura de Madri, que muitos consideram "contra o senso comum", levou ao fechamento do Retiro e de outros oito parques singulares da cidade (Capricho, Jardim das Rosas no Parque del Oeste, Juan Carlos I, Juan Pablo II, Fuente del Berro, Quinta de los Molinos, Torre Arias e Lineal del Manzanares) em até dez ocasiões desde maio, na verdade "1%" dos fechamentos, de acordo com os cálculos do governo municipal, nos quais "80%" dos galhos caem.
Em 2 de julho, uma grande árvore caiu sobre uma mulher quando ela estava saindo da porta de sua casa no distrito de Moncloa-Aravaca, deixando-a gravemente ferida. A árvore havia sido inspecionada pela prefeitura em fevereiro, mas quando desabou, descobriu-se que estava podre por dentro. O colapso pode ter sido acelerado pelo amolecimento das raízes devido ao calor e às fortes rajadas de vento em Madri. Esse não é o único caso recente: em 30 de maio, um jovem ficou em estado crítico depois que um galho caiu sobre ele em um parque em Carabanchel.
As altíssimas temperaturas registradas nessa primeira onda de calor e as rajadas de vento, e até mesmo algumas tempestades de granizo, não são a melhor combinação para as árvores dos parques, vistas pelo público como refúgios climáticos e como geradores de alívio para os rigores do verão de Madri.
O próprio prefeito, José Luis Martínez-Almeida, entende a "incompreensão" do público em relação ao fechamento de parques históricos em condições climáticas adversas durante episódios de calor extremo, mas não deixou de observar, desde a primavera, que "80% das árvores e galhos caíram com o Retiro fechado". "Oitenta por cento ocorreram em menos de 1% dos dias em que o parque do Retiro é fechado a cada ano", insistiu, repetindo os dados fornecidos pelo Delegado de Planejamento Urbano, Meio Ambiente e Mobilidade, Borja Carabante.
E colocou uma proposta sobre a mesa aos grupos municipais, para que estudem a modificação do protocolo, sempre sob critérios técnicos, "com muito bom senso e com o acordo de todos os grupos".
Almeida observou que, "se a oposição quiser", a modificação do protocolo pode ser estudada, sempre sob critérios técnicos. "Se os grupos de oposição não quiserem modificar o protocolo, o que eles têm que fazer é dizer isso abertamente, mas o que eles não podem fazer é se esconder atrás de desculpas para não assumir essa responsabilidade", afirmou.
"E digo isso com um objetivo em mente, que se um incidente ocorrer novamente e o protocolo for modificado, ninguém poderá usá-lo, que é o que aconteceu no passado e é o que queremos evitar quando vidas e a integridade física das pessoas estão em jogo", enfatizou.
Más Madrid solicitou a atualização do inventário de árvores, a renovação do plano diretor do Retiro, planos específicos para as 17 áreas do parque e a priorização das inspeções nas áreas infantis e esportivas. O PSOE está pedindo um mapa das áreas de risco, acesso direto à biblioteca municipal Eugenio Trías, melhor comunicação do protocolo e planos individuais para cada um dos parques históricos da capital. A Vox adotou a última linha. O denominador comum da oposição é que os fechamentos vão "contra o senso comum".
Carabante, depois de se reunir com os grupos, defendeu um protocolo "que funciona" e descartou o zoneamento. Os dados que ele forneceu para isso são um mapa de calor e irrigação do Retiro que prova que "não há área segura porque todas elas foram suscetíveis à queda de árvores nos últimos anos".
EM AGOSTO PASSADO, 66 ÁRVORES E GALHOS CAÍRAM DEVIDO AO CALOR
O delegado, de qualquer forma, tem enfatizado que estão mantendo o Retiro aberto "pelo maior tempo possível", levando em conta a necessidade de "evitar esse importante risco que ocorre com 80% das quedas de árvores" em um parque onde 68% dos exemplares estão maduros. De acordo com dados do Consistório, em agosto do ano passado 66 árvores e galhos caíram devido ao calor, enquanto a Prefeitura registrou até 652 relatórios e denúncias no ano passado.
Já no ano passado, o protocolo foi modificado para atualizar a previsão de alerta vermelho, que é a de fechamento, até uma hora antes, o que significou que "em várias ocasiões o Retiro foi aberto, mantendo a segurança dos visitantes".
Do governo local, tanto Almeida quanto Carabante têm insistido que a modificação do protocolo não pode ser uma decisão política, mas sim uma decisão dos serviços técnicos, que "têm de garantir a segurança e, ao mesmo tempo, torná-la compatível com o uso e o desfrute dos parques, especialmente no verão, quando é mais necessário".
UM PROTOCOLO DE 2014 REFORÇADO EM 2019 POR CARMENA
O prefeito lembrou que o protocolo foi aprovado em 2014 e que o governo de Manuela Carmena o reforçou em 2019, poucos meses depois que um menino de quatro anos morreu no Retiro quando um grande pinheiro, que havia sofrido o ataque de fortes rajadas de vento, caiu sobre ele. O espécime havia sido examinado por técnicos municipais naquela mesma semana.
Em que consiste o protocolo? Ele é ativado quando determinados limites de velocidade do vento, umidade do solo, temperatura e queda de neve são ultrapassados, com quatro níveis de alerta (verde, amarelo, laranja e vermelho), dependendo das previsões fornecidas pela Agência Meteorológica do Estado (Aemet).
Após o término do alerta, é realizada uma inspeção dos incidentes ocorridos e os galhos e árvores caídos são removidos. A prefeitura remove aqueles considerados instáveis e repara os danos mais significativos ao restante dos elementos do parque.
Desde corredores até moradores e turistas que querem desfrutar dos 120 hectares do Retiro estão atentos às redes sociais da Prefeitura e aos painéis de informação de acesso em uma primavera que tem sido quente e em um verão que já está parecendo quente para desfrutar de uma das joias verdes da cidade com toda a segurança.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático