Publicado 07/05/2025 10:46

O processo de adesão da Turquia deve permanecer congelado devido ao contínuo retrocesso democrático, dizem os eurodeputados

29 de abril de 2025, Itália, Roma: O presidente turco Recep Tayyip Erdogan fala durante uma coletiva de imprensa conjunta com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni (não na foto) durante sua visita à Itália. Foto: Stefano Carofei/IPA via ZUMA Press/d
Stefano Carofei/IPA via ZUMA Pre / DPA

BRUXELAS 7 maio (EUROPA PRESS) -

O plenário do Parlamento Europeu pediu nesta quarta-feira que o processo de adesão da Turquia ao clube da UE permaneça congelado porque, longe de ter corrigido as deficiências democráticas identificadas quando os contatos foram suspensos em 2018, a "regressão" em termos de Estado de direito e direitos fundamentais persiste.

Foi o que ficou estabelecido em um relatório aprovado com 367 votos a favor, 74 contra e 188 abstenções na sessão realizada em Estrasburgo (França), no qual os eurodeputados defendem outros "quadros de relações" que estabeleçam áreas de cooperação em assuntos de interesse estratégico comum.

Os eurodeputados apelam a Ancara e à UE para que continuem a trabalhar no sentido de uma "parceria mais estreita, mais dinâmica e estratégica", com especial ênfase em questões como a luta contra as alterações climáticas, a segurança energética, a cooperação antiterrorista e a estabilidade regional.

Em todo caso, o texto ressalta que existe uma lacuna significativa entre os valores europeus e os da Turquia, cujo governo continua a adotar leis e medidas que "limitam" o Estado de Direito e os direitos fundamentais.

Os eurodeputados insistem que o regime de Recep Tayyip Erdogan não conseguiu resolver as deficiências democráticas e expressam "profunda preocupação" com a contínua deterioração dos princípios democráticos na Turquia e com a repressão sistemática das vozes dissidentes.

O plenário também condena a resposta violenta às recentes manifestações pacíficas de massa e a acusação de centenas de participantes em processos judiciais acelerados, sem garantias ou provas que sustentem uma acusação criminal.

Eles também se manifestam contra os ataques ao prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, alegando que eles têm motivação política para impedir que um candidato com chance de desafiar Erdogan nas próximas eleições prospere, empurrando a Turquia para um modelo "autoritário" de governo.

Nesse contexto, os parlamentares lembram que os critérios para a adesão à UE são "absolutos" e "inegociáveis" e incluem, por exemplo, a existência de instituições estáveis que garantam a democracia, o Estado de Direito, os direitos humanos, a proteção das minorias, o respeito ao direito internacional, as boas relações com os países vizinhos e o alinhamento com a política externa e de segurança comum da UE.

Por fim, condenam a recente visita ilegal do Presidente Erdogan às áreas ocupadas da República do Chipre e suas "declarações provocativas", que descrevem como uma ação unilateral que equivale a uma intervenção direta ilegítima contrária aos interesses das comunidades cipriotas grega e turca.

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