Publicado 31/10/2025 05:11

A princesa Eleanor enfrenta o desafio de aprender o trabalho de uma rainha

A família real, o rei Felipe IV, a rainha Letizia, a princesa Leonor e a infanta Sofia chegam ao Auditorio Palacio de Congresos para assistir ao concerto de premiação do XXXIII Prêmio Princesa das Astúrias, em 23 de outubro de 2025, em Oviedo (Astúrias, E
Raúl Terrel - Europa Press

A filha mais velha do Rei e da Rainha completa 20 anos e terá que decidir nos próximos meses quais estudos universitários irá fazer.

Jaime Alfonsín, que acompanhou Don Felipe como Príncipe e no início de seu reinado, estabelece algumas diretrizes para a Princesa das Astúrias.

MADRID, 31 out. (EUROPA PRESS) -

A princesa Leonor completa 20 anos neste 31 de outubro e está imersa em seu treinamento militar, agora na Academia Aérea de San Javier (Múrcia), mas com a mente voltada para o próximo ano acadêmico, quando deverá iniciar seus estudos universitários, ainda a serem definidos.

No entanto, como Jaime Alfonsín, que acompanhou Felipe VI primeiro como chefe de seu Secretariado enquanto ele era Príncipe das Astúrias e depois como chefe da Casa do Rei até fevereiro de 2024, lembrou-a esta semana, "o trabalho de reinar não é ensinado no bacharelado, nem é aprendido na universidade".

A Princesa das Astúrias, destinada a se tornar Capitã Geral das Forças Armadas quando se tornar Rainha, concluirá este ano o último de três cursos nos quais ela passou sucessivamente pelo Exército, pela Marinha - incluindo um cruzeiro no navio de treinamento "Juan Sebastián Elcano" - e pelas Forças Aéreas e Espaciais.

Em seguida, iniciará seus estudos universitários, após ter cursado o Bacharelado Internacional por dois anos no País de Gales, assim como a Infanta Sofía, que este ano começou a estudar Ciências Políticas e Relações Internacionais no Forward College, um centro privado com campi em Lisboa, Paris e Berlim.

No entanto, ao contrário dela, tudo indica que a herdeira do trono seguirá os passos do pai e estudará em uma universidade espanhola, embora possa mais tarde completar sua formação fazendo um mestrado no exterior.

Foi o que fez Don Felipe, que se formou em Direito pela Universidade Autônoma de Madri em 1993, cursando algumas disciplinas de Economia para complementar sua formação, e depois concluiu um mestrado em Relações Internacionais na Universidade de Georgetown, em Washington.

PREPARANDO-SE PARA SER RAINHA

Mas, ao mesmo tempo, disse Alfonsín durante seu discurso de aceitação como membro titular da Real Academia de Ciências Morais e Políticas (RACMyP), a princesa deve "receber treinamento especial para prepará-la para o exercício" do cargo de rainha que ela será chamada a exercer no futuro, para o qual ela também pode contar com a "experiência de seu pai, que foi príncipe herdeiro por 46 anos".

Como herdeira, de acordo com o ex-chefe da Casa do Rei, que trabalhou por quase três décadas com o atual monarca, a princesa Leonor "deve estar ciente, desde a infância, do que ela é e do que ela é chamada a ser, do que ela representa e das responsabilidades que ela tem e terá no futuro".

"Ela deve entender que a Espanha é seu destino pessoal e institucional e assumir sua vocação de serviço ao povo espanhol, não como o trabalho de um alto funcionário do Estado, mas como algo que o transcende, como algo muito mais: como seu projeto de vida. E que se comprometa de todo o coração e sem reservas com esse futuro", enfatizou Alfonsín, advogado de profissão.

Além de "internalizar que, em sua vida, a linha divisória entre o público e o privado é muito tênue" e "saber cuidar bem do ambiente social em que vive e dos amigos que a cercam", ela deve ser treinada em valores cívicos, humanísticos, morais e constitucionais.

Da mesma forma, a futura rainha deve "conhecer a fundo a história do nosso país", bem como "conhecer e usar os idiomas do Estado", algo que a Princesa das Astúrias já demonstrou em seus atos públicos, falando em catalão, por exemplo, durante a cerimônia de entrega dos Prêmios Princesa de Girona.

EXEMPLARIDADE E NEUTRALIDADE POLÍTICA

Alfonsín enfatizou em seu discurso, que Felipe VI acompanhou atentamente enquanto presidia a cerimônia, a necessidade de exemplaridade, "essencial nos tempos atuais para o desempenho de qualquer serviço público" e que, segundo ele, "implica ser responsável por suas ações, ser transparente em sua conduta", bem como "ter sempre a capacidade de explicar e justificar decisões".

Mas se houve algo que ele enfatizou particularmente, foi que a futura rainha "deve assumir que a neutralidade política da Coroa e sua independência dos poderes do Estado são os pilares sobre os quais se baseia o chefe de Estado monárquico".

Sua função, enfatizou Alfonsín, "é de natureza representativa, sem espaço constitucional para intervir na vida política". Isso significa que ele deve se abster de "expressar crenças, convicções ou opiniões pessoais sobre questões dessa natureza", acrescentou.

RELACIONAMENTO COM O GOVERNO

O cargo de reinante, continuou em seu argumento, também exige "atender e cuidar, com autoridade e prudência, do relacionamento e da devida coordenação com os poderes do Estado e, especialmente, com cada governo da nação, um relacionamento que deve ser presidido por respeito recíproco, lealdade e colaboração institucional".

"Em nenhuma circunstância, em uma monarquia parlamentarista, deve haver espaço para, nem há motivo para, confrontos entre instituições ou discrepâncias públicas", argumentou Alfonsín enfaticamente, enfatizando que o monarca "deve estar sempre em seu lugar, que é onde a Constituição o coloca e em estrita conformidade com as obrigações constitucionais que lhe são atribuídas" e "ter o cuidado de não ser influenciado por tendências ou movimentos que exijam que a Coroa condicione ou intervenha na vida política do país".

Ele também alertou a princesa Leonor sobre a importância de "ter uma noção dos tempos, saber medi-los adequadamente e controlá-los", o que requer "iniciativa, intuição e instinto político". De acordo com Alfonsín, "não deve haver reações imediatas ou instintivas, guiadas pela pressa ou pelo impulso".

NÃO CEDER À PRESSÃO

O ex-chefe da Casa do Rei enfatizou que "não devemos aceitar, muito menos ceder a pressões", e também deixou claro que "não nos deixarmos ditar por terceiros é muito necessário, essencial". Fazer isso, acrescentou, "requer serenidade, calma e reflexão", que é o que normalmente se espera do Chefe de Estado, e "agir, quando apropriado, com prudência e moderação".

A futura rainha "não pode ignorar ou desconsiderar o passado, mas não deve ser condicionada por ele e deve olhar para o futuro, sempre para frente", disse Alfonsín, que defendeu entre as qualidades que se espera dela "nobreza, dignidade e dignidade", bem como "estar longe da frivolidade ou da superficialidade". "É preciso ouvir, saber ouvir e entender a todos", observou.

Ele também quis deixar claro que a herdeira deve ter "dupla confiança", a dos cidadãos e a dos partidos políticos, que "por meio de seus representantes legítimos nas Cortes Gerais têm a iniciativa da reforma constitucional", apontando assim para a possibilidade de abolir a monarquia.

Por fim, ele enfatizou que hoje os espanhóis identificam a Coroa como "o símbolo da unidade da Espanha". Por esse motivo, ele observou que "trabalhar pela unidade significa viajar pela Espanha sem descanso, por todas as comunidades autônomas e cidades, criando raízes profundas e visitando com frequência nossas comunidades históricas, além de fazer um esforço para garantir que nenhum território ou comunidade se sinta sozinho, esquecido, abandonado ou negligenciado pelo Estado".

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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