O Ministério Público divulga áudios que implicam dois líderes do Partido Nacional da oposição.
MADRID, 30 out. (EUROPA PRESS) -
A presidente de Honduras, Xiomara Castro, denunciou uma "conspiração" da oposição para provocar um "golpe eleitoral", depois que o Ministério Público do país divulgou na quarta-feira uma conversa entre dois líderes do Partido Nacional, um deles membro do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que revelou um plano para supostamente boicotar as eleições gerais marcadas para 30 de novembro.
"Condeno com absoluta firmeza essa conspiração criminosa destinada a provocar um golpe eleitoral, como expressou o procurador-geral da República (Johel Zelaya)", disse ele em sua conta na rede social X.
O presidente ordenou que o exército "investigasse imediatamente a participação de qualquer militar da ativa" nesse suposto golpe e que o ministro das Relações Exteriores, Javier Bú Soto, denunciasse à comunidade internacional o que descreveu como uma "ameaça direta contra a democracia hondurenha".
"Os mesmos grupos que violaram a Constituição no golpe de 2009 e consumaram as fraudes eleitorais de 2013 e 2017, hoje estão mais uma vez tentando suplantar a vontade do povo, gerar o caos e sequestrar a soberania popular", acrescentou Castro antes de assegurar que "defenderemos a democracia e a vontade do povo com toda a força da lei, garantindo eleições livres e transparentes, paz social e respeito irrestrito ao Estado de Direito e à ordem constitucional".
Na quarta-feira, o Ministério Público do país centro-americano divulgou uma conversa entre o líder do Partido Nacional no Congresso, Tomás Zambrano, e a assessora do partido no CNE, Cossette López, que aponta para uma lista de instituições do CNE que declararão que "as eleições não foram regulares".
De acordo com as gravações divulgadas em uma coletiva de imprensa pelo procurador-geral, López também sugere que "usemos o pessoal da embaixada (dos EUA) em Honduras e organizações internacionais. O importante é anunciar que (o candidato presidencial do Partido Liberal Hondurenho) Salvador Nasralla está ganhando e não, por favor, Rixi Moncada", referindo-se ao candidato presidencial do Partido Liberdade e Refundação (Libre), que está no poder.
"A parte que nos interessa, os militares nunca estiveram com eles, e eu vou me certificar de que eles sejam novamente os responsáveis pelo transporte de todo o material eleitoral", acrescentou López, que rejeitou as acusações da Procuradoria Geral da República, descrevendo os áudios como "fabricados" e "um circo encenado".
Em declarações divulgadas pela estação de rádio HRN, López garantiu que não é ela quem está falando nessas gravações: "Parece-me que estou no 'metaverso'. Estou calma. Eles querem me tirar do CNE porque estou atrapalhando seus planos. Apareço como colombiano, dopado, nesses áudios. Eles querem que eu saia do cargo. É uma violação aberrante dos direitos humanos. Eles estão defendendo o ódio".
Por sua vez, Zambrano afirmou que "eles manipularam (sua) voz com inteligência artificial". "Levaremos os áudios a especialistas internacionais para provar que foram alterados. Considero (o presidente do CNE, do partido de Castro) Marlon Ochoa responsável por esse crime. Iremos até a comunidade internacional para certificar a falsidade do material. O desespero do governo é evidente; o que eles fizeram é digno de um circo", disse ele em um vídeo postado em suas redes sociais.
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