"Não permitiremos que órgãos internacionais interfiram em nossas decisões soberanas", diz ele, referindo-se à CIDH.
MADRID, 27 ago. (EUROPA PRESS) -
A presidente do Peru, Dina Boluarte, anunciou na quarta-feira que está preparando um projeto de lei para "defender a soberania nacional", depois que nos últimos dias apontou a saída de seu país do Sistema Interamericano de Direitos Humanos após a posição de seus órgãos em relação à promulgação da lei de anistia.
"Estamos cientes de que surgiram novas ameaças contra nossa soberania, e é imperativo que o Estado se defenda, não apenas em termos de integridade territorial, mas também na plena aplicabilidade de nossa Constituição e de nossas leis. Não permitiremos que organismos internacionais ou interesses alheios à vontade nacional interfiram em nossas decisões soberanas", disse ele, de acordo com uma declaração da Presidência do Peru.
Durante a cerimônia do Dia da Defesa Nacional no Palácio do Governo, ele enfatizou que a defesa da soberania "não é um ato isolado, mas a garantia da liberdade, da democracia e do futuro das próximas gerações". Ele também enfatizou que as Forças Armadas e a Polícia "enfrentam a defesa" do território do país andino "com um profundo senso de dever e amor ao país".
"Em nome do povo peruano, expresso minha mais profunda gratidão aos homens e mulheres que, com uniforme militar ou policial, dedicam suas vidas ao Peru", disse a chefe de Estado, que assegurou que seu gabinete "sempre fará tudo o que for necessário" para defendê-los tanto no país quanto internacionalmente.
Boluarte já rejeitou "qualquer interferência externa" quando a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) solicitou que a lei de anistia não fosse aplicada a policiais, militares e grupos de autodefesa processados por violações de direitos humanos durante o período do conflito armado provisório (1980-2000).
O Congresso aprovou o projeto de lei no início de julho, após o que a CIDH ordenou que o Peru se abstivesse de implementá-lo até que tivesse analisado a compatibilidade da anistia com ordens anteriores emitidas sobre a investigação de abusos cometidos durante o conflito armado.
De acordo com a Comissão Nacional da Verdade e Reconciliação, entre 1980 e 2000, aproximadamente 70.000 pessoas foram mortas e mais de 20.000 foram dadas como desaparecidas. Os tribunais peruanos emitiram sentenças finais em cerca de 150 casos e mais de 600 casos ainda estão pendentes.
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