MADRID 5 nov. (EUROPA PRESS) -
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou nesta quarta-feira que decidiu denunciar o homem que a tocou sem seu consentimento na terça-feira, quando ela cumprimentava um grupo de apoiadores no centro histórico da capital, onde estava a caminho da sede do Ministério da Educação.
"Se eu não denunciar o crime, em que condições ficarão todas as mulheres mexicanas?", perguntou ela em uma coletiva de imprensa na quarta-feira, onde disse que verificará com o Ministério de Assuntos da Mulher se esse tipo de assédio é considerado crime em todos os estados.
"Se isso for feito com a presidente, o que acontecerá com todas as mulheres jovens de nosso país?", disse Sheinbaum, que afirmou já ter passado por esse tipo de episódio quando era estudante. "Isso é algo que eu vivi (...) Nós, mulheres de nosso país, já passamos por isso", disse ela.
Sheinbaum disse que essa pessoa estava "totalmente bêbada" e insistiu que fatos como o que ocorreu na terça-feira não deveriam acontecer. "Nosso espaço pessoal, nenhum homem tem o direito de violar esse espaço, a única maneira é com a aprovação da mulher", observou ela.
"Não podemos deixar que isso passe como se não tivesse acontecido nada (...) É uma questão de dignidade feminina e de reconhecimento de nossos direitos (...) É uma questão de defender todas as mulheres mexicanas e, em especial, as jovens, que muitas vezes passam por isso nas ruas", disse ela.
O detido, chamado Uriel N., foi preso quatro horas após a agressão, que ele supostamente repetiu com outras mulheres no mesmo local, de acordo com Sheinbaum. O Ministério Público anunciou que pretende acusá-lo de assédio e abuso sexual.
Os eventos provocaram fortes críticas às medidas de segurança do presidente depois que um vídeo mostrou como o detento se aproximou dela por trás, aproximou seu rosto do dela, tentou beijá-la e até tocou seu seio, momento em que ela o afastou e um dos guarda-costas interveio.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI), mais de 70% das mulheres mexicanas com mais de 15 anos de idade sofreram algum tipo de abuso e quase metade delas foi vítima de violência sexual, sendo a Cidade do México a cidade com o maior número de casos depois do Estado do México.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático