MADRID, 21 nov. (EUROPA PRESS) -
O presidente do Líbano, Joseph Aoun, anunciou na sexta-feira que as autoridades estão dispostas a negociar "qualquer acordo" que ponha fim aos ataques israelenses, devido ao fato de que o exército israelense continua bombardeando o país, apesar de haver um cessar-fogo em vigor há quase um ano.
"O Estado libanês está pronto para negociar, sob os auspícios da ONU, dos Estados Unidos ou de organismos internacionais, qualquer acordo que estabeleça uma fórmula para a cessação permanente dos ataques transfronteiriços", disse ele durante um discurso à nação no Dia da Independência.
Ele disse que o exército libanês "está totalmente preparado para assumir o controle dos (cinco) pontos ocupados" pelas tropas israelenses no sul do Líbano e que as autoridades estão "prontas para apresentar um cronograma claro e específico para a transferência imediata".
"Simultaneamente, as nações irmãs e amigas do Líbano acompanharão esse processo estabelecendo datas claras para um mecanismo internacional de apoio ao exército libanês e contribuindo para a reconstrução do que a guerra destruiu. Isso garantirá e acelerará a realização do objetivo nacional fundamental e inabalável: o desarmamento completo", acrescentou.
Por sua vez, o Hezbollah, partido da milícia xiita, pediu para "reafirmar seu direito à defesa e à resistência", ao mesmo tempo em que defendeu a "defesa dos direitos do país em todo" o território e "fez todos os esforços possíveis e imediatos para forçar o inimigo israelense a implementar o acordo de cessar-fogo e a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU".
Também pediu aos Estados garantidores que pressionem Israel "a cessar a escalada de ataques contra civis e a trabalhar por todos os meios para acabar com a ocupação israelense, expulsá-la do sul do Líbano e impedir sua expansão e ameaças à segurança e à soberania libanesas".
TRUMP ABERTO A CONVIDAR AOUN PARA A CASA BRANCA
Posteriormente, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que pode convidar seu colega libanês para a Casa Branca, depois que o comandante-chefe do exército libanês, Rodolphe Haykal, cancelou suas reuniões agendadas com uma delegação dos EUA devido à "exasperação" de Washington.
Quando a mídia perguntou a Trump em uma coletiva de imprensa se havia a possibilidade de ele convidar Aoun, ele disse "absolutamente sim". Ele também enfatizou que "o Hezbollah tem sido um problema" e que seu governo está "trabalhando com o Líbano", bem como com os outros países do Oriente Médio.
Israel lançou dezenas de bombardeios contra o Líbano, apesar do cessar-fogo de novembro de 2024, argumentando que está agindo contra as atividades do Hezbollah e afirmando que não está violando o pacto, embora tanto Beirute quanto o grupo tenham criticado essas ações, que também foram condenadas pelas Nações Unidas.
O cessar-fogo, alcançado depois de meses de combates após os ataques de 7 de outubro de 2023, estipulava que tanto Israel quanto o Hezbollah deveriam retirar suas tropas do sul do Líbano. No entanto, o exército israelense manteve cinco postos no território do país vizinho, algo que também foi criticado pelas autoridades libanesas e pelo grupo xiita, que exigem o fim desse posicionamento.
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