BRUXELAS 5 nov. (EUROPA PRESS) -
O Partido Popular denunciou à Comissão Europeia, nesta quarta-feira, o "assédio" a jornalistas por membros do governo, como o ministro dos Transportes, Óscar Puente, por reportarem casos judiciais ou políticos delicados, bem como o aumento de episódios de violação da liberdade de imprensa.
Em uma carta, a vice-presidente do Grupo do Partido Popular no Parlamento Europeu, Dolors Montserrat, alertou o Comissário Europeu para a Justiça, Michael McGrath, e a vice-presidente da Democracia, Henna Virkkunen, sobre o "assédio constante e ataques públicos" contra jornalistas na Espanha, que ela atribui ao fato de o governo de Pedro Sánchez, "encurralado por escândalos de corrupção", querer "amordaçar a liberdade de imprensa".
Nesse sentido, ele pede uma ação imediata de Bruxelas para que não espere até o próximo relatório sobre o estado de direito e "acompanhe de perto a situação da liberdade de imprensa na Espanha e os ataques a jornalistas que informam sobre processos judiciais ligados ao governo ou sobre questões que não são de seu interesse".
De acordo com Montserrat, nos últimos meses, "muitos jornalistas foram publicamente apontados e desqualificados" por membros do governo, incluindo Puente. Nesse sentido, a carta fala de ataques contra jornalistas como David Alandete, do jornal 'ABC', Ketty Garat, da mídia 'The Objective' ou Elisa Beni. Também recorda o caso de José Ismael Martínez, que foi violentamente atacado por um grupo de "partidários radicais do partido nacionalista basco" enquanto realizava seu trabalho como jornalista na Universidade de Navarra.
"Esses ataques geram um clima de intimidação que ameaça a independência da mídia e coloca em risco a segurança e a integridade dos jornalistas, com repercussões negativas sobre o direito dos cidadãos de receber informações verdadeiras e pluralistas", advertiu a Comissão Europeia.
No mesmo comunicado, a ex-ministra 'popular' assegura que o plano do Executivo de Pedro Sánchez para combater a desinformação serviu, na verdade, para "centralizar a atribuição de publicidade institucional sob critérios discricionários", pelo que acusa a administração de "beneficiar os meios relacionados e prejudicar os críticos".
"O governo não divulga publicamente os valores alocados nem responde a pedidos formais de informação, apesar da existência de leis de transparência", reclama a deputada do PP.
Montserrat acrescenta a todas essas críticas a nova lei que regulamentará o direito ao sigilo dos profissionais da informação, apontando que ela "poderia amordaçar o jornalismo investigativo, impedir a publicação de informações de interesse público e dar aos juízes poderes ambíguos sobre a interpretação da segurança nacional".
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