MADRID 15 set. (EUROPA PRESS) -
O ministro polonês das Relações Exteriores, Radoslaw Sikorski, defendeu a necessidade de a OTAN impor uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia para impedir que drones entrem no espaço aéreo dos países membros da Aliança, após os incidentes da última semana na Polônia e na Romênia.
"Tecnicamente, nós, como OTAN e UE, poderíamos fazer isso, mas não é uma decisão que a Polônia possa tomar sozinha, mas com seus aliados", disse Sikorski em uma entrevista publicada na segunda-feira pelo jornal alemão 'Frankfurter Allgemeine Zeitung'.
Sikorski argumentou que a proteção da população contra a "queda de detritos" seria "maior" se os drones e outros dispositivos voadores pudessem ser implantados "além do nosso território". "Se a Ucrânia nos pedir para abatê-los em seu território, isso é de nosso interesse. Se você me perguntar pessoalmente, deveríamos pensar sobre isso", disse ele.
A Ucrânia já solicitou à OTAN uma zona de exclusão aérea nas primeiras semanas da invasão em grande escala da Rússia na primavera de 2022, mas os países da OTAN não estavam dispostos por medo de um confronto direto com a Rússia.
Em resposta, o ex-presidente russo e membro do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev, alertou que impor uma zona de exclusão aérea e abater drones russos sobre a Ucrânia "significaria apenas uma coisa: uma guerra entre a OTAN e a Rússia".
Sikorski afirmou ainda na entrevista à 'FAZ' que os ataques de drones são "um alerta para acelerar nossos preparativos defensivos". "Não acho que seja uma coincidência que, de repente, 19 drones tenham aparecido em nosso território por engano. Nossa força aérea repeliu a ameaça por sete horas", lembrou ele.
Ele também apontou para uma possível zona marítima de controle no Báltico para limitar os "navios fantasmas" russos, antigas embarcações com bandeira de conveniência que transportam petróleo russo para evitar as sanções ocidentais.
Na semana passada, 19 drones entraram no espaço aéreo polonês, a maioria vinda do território bielorrusso. Vários deles foram abatidos por forças polonesas e holandesas em um ataque que Varsóvia acredita ter sido deliberado para testar suas defesas antiaéreas. A Polônia acionou o Artigo 4 do Tratado da OTAN para solicitar consultas com os membros da OTAN após uma ameaça à sua integridade territorial.
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