Publicado 04/11/2025 04:09

Polícia do Rio inclui 2 menores e 54 pessoas sem mandados de prisão contra eles em operação que deixou 121 mortos

28 de outubro de 2025, Brasil, Rio de Janeiro: Pessoas choram sobre corpos estendidos na Praça São Lucas após uma sangrenta operação policial contra criminosos. Moradores da favela da Penha, na cidade brasileira do Rio de Janeiro, dispuseram pelo menos 64
Tomaz Silva/Agencia Brazil/dpa

MADRID 4 nov. (EUROPA PRESS) -

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro publicou um relatório na segunda-feira indicando que, entre as 121 vítimas fatais da operação contra a organização criminosa Comando Vermelho (CV), havia pelo menos dois menores de idade e mais de cinquenta pessoas contra as quais não havia mandado, embora as autoridades policiais tenham vinculado 95% dos envolvidos ao grupo armado.

Do total de mortos, dois eram menores de idade, com 14 e 17 anos; dois não tinham data de nascimento registrada e três haviam atingido a maioridade no dia anterior à operação, a mais mortífera da história do estado fluminense, segundo o jornal 'Folha'.

Além disso, pouco menos da metade dos 115 civis identificados como mortos tinha pelo menos um mandado de prisão, enquanto 54 deles não tinham nenhum. No entanto, o relatório argumenta que mais de 95% tinham vínculos comprovados com o Comando Vermelho, embora inclua casos como o de Ronaldo Julião da Silva, 46 anos, de Campina Grande, na Paraíba, que, de acordo com o relatório, "não tem antecedentes criminais e não aparece como autor ou implicado em nenhum relatório policial".

Entre os mortos estava o suposto líder do CV no Amazonas, Francisco Myller Moreira da Cunha, que tinha um mandado de prisão e um registro por homicídio, tráfico de drogas e posse ilegal de armas de fogo em seu estado, e também o líder da quadrilha na cidade de Abaetuba, no estado do Pará, Rafael Correa da Costa, que tinha cinco mandados de prisão, de acordo com o relatório. Da mesma forma, a polícia relatou a presença de supostos líderes de facções nas cidades de Feira de Santana (Bahia), Goiânia (Goiás) e Manaus (Amazonas) entre as vítimas da operação.

A Polícia Civil também teria usado dados de redes sociais para vincular uma dezena de mortos ao Comando Vermelho, como Tiago Neves Reis, 26 anos, que foi vinculado à organização armada por estar exibindo uma bandeira triangular vermelha no formato de um emoji. Reis não tinha mandado de prisão, não estava sendo investigado e não tinha registro criminal.

O mesmo aconteceu com Kauã de Souza Rodrigues da Silva, 18 anos, cujas contas de mídia social não mostravam postagens desde 2022, o que as forças de segurança trataram como uma tentativa de apagar provas hipotéticas.

Outra das vítimas fatais identificadas foi Alessandro Alves Silva, 19 anos, cujo envolvimento com o tráfico de drogas foi sugerido por postagens em que ele aparece vestindo um traje ghillie ou yowie, uma vestimenta que simula folhagem densa e é usada para camuflagem em áreas florestais arborizadas.

A operação, realizada pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais, tornando-se a maior e mais sangrenta da história do estado. O governo estadual considerou a operação um sucesso e alegou que os que morreram reagiram violentamente à operação, enquanto os que se renderam foram presos.

No total, foram feitas 113 prisões, 33 delas de prisioneiros de outros estados. Foram apreendidas 118 armas e uma tonelada de drogas. A operação envolveu 2.500 policiais e teve como objetivo conter o avanço do Comando Vermelho e cumprir cerca de 100 mandados de prisão - dos quais apenas 20 foram cumpridos - e 180 mandados de busca e apreensão.

Os confrontos e as represálias dos membros do Comando Vermelho levaram a intensos tiroteios que forçaram o fechamento das principais estradas, escolas, lojas e centros de saúde, enquanto muitos moradores, parentes das vítimas e organizações civis denunciaram a operação como um "massacre".

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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