Publicado 18/12/2025 09:15

O Podemos descreve a cúpula do PSOE e da Sumar como uma "charada" porque o governo está morto e culpa Sánchez pelo avanço da Vox.

A porta-voz do Podemos no Congresso, Ione Belarra, durante uma coletiva de imprensa no Congresso dos Deputados, em 2 de dezembro de 2025, em Madri (Espanha).
Alejandro Martínez Vélez - Europa Press

Ele vê parceiros como a ERC como incômodos, mas os critica por terem dado "carta branca" a Sánchez até que esse desvio se concretizasse.

MADRID, 18 dez. (EUROPA PRESS) -

A secretária-geral do Podemos, Ione Belarra, classificou a reunião que será realizada nesta sexta-feira entre o PSOE e o Sumar para tratar da crise dentro do governo como uma "charada", que não servirá para nada porque o Executivo "já está morto", e culpou diretamente o chefe do Executivo, Pedro Sánchez, pelo avanço da extrema direita, que está "atolado" por sua inação diante de casos "terríveis" de corrupção e assédio sexual nas fileiras socialistas.

Ele também criticou os parceiros parlamentares de esquerda pela deriva do governo, que agora estão "preocupados" e "desconfortáveis", embora, em sua opinião, tenham dado "carta branca" a Sánchez ao permitir que os escândalos no PSOE passassem sob a premissa de que, se não o fizessem, "a direita viria".

Em uma coletiva de imprensa no Congresso, Belarra disse que a crise no Executivo não será resolvida com "reuniões e declarações", em referência à reunião desta sexta-feira entre os dois parceiros de coalizão, já que o governo já atingiu seu "limite" e está "politicamente morto".

Ele também afirmou que não poderia estar mais em desacordo com o presidente, depois de rejeitar que ele seja responsável pela ascensão do Vox e culpar o PP pelo branqueamento do partido de Santiago Abascal.

A REALIDADE É QUE SÁNCHEZ ALIMENTA O VOX

Nessa linha, ele entende que é "difícil" para Sánchez aceitar que sua inação diante da crise imobiliária e os casos de suposta corrupção e assédio no PSOE estão "levando o país para os braços" de alguns direitistas "selvagens", mas essa é a "realidade que todos podem ver", não importa o quanto o presidente diga.

Na verdade, ele continuou dizendo que cada vez mais pessoas progressistas estão "furiosas e muito irritadas com este governo e com o presidente", que com todas as decisões que tomou, sua falta de medidas de esquerda e os casos de "machismo e corrupção" estão alimentando o PP e o Vox.

O PROBLEMA NO GOVERNO NÃO É DE NOMES, MAS DE PROJETOS

Perguntada se acha que Sánchez deveria se afastar em resposta a essa crise, a líder do Podemos respondeu que o problema do governo é de "projeto" e não de "nomes". No entanto, ela acusou o presidente de jogar a "legislatura fora" e perder uma "oportunidade de ouro" para "continuar com as transformações que o Podemos estava promovendo" no governo anterior.

"O público não o perdoará por isso", disse Belarra, acrescentando que sua percepção é de que "o Pedro Sánchez de hoje não é o Pedro Sánchez de um ano atrás".

Além disso, ela diagnosticou que o "impasse" sofrido pelo governo não tem solução, em sua opinião, porque o PSOE não tem a capacidade de tirar o país dessa situação e demonstrou que não pode liderar o bloco progressista e multinacional para enfrentar a direita "jogada no mato". A única opção, disse, é colocar a esquerda alternativa de pé com vistas ao próximo ciclo eleitoral.

Ele também reprovou outras forças de esquerda, em uma referência velada à ERC, Bildu e Sumar, que criticaram "duramente" o Podemos por sua postura crítica em relação ao Executivo, enquanto optaram, em sua opinião, por praticamente minimizar a corrupção que afeta o PSOE sob o pretexto de que a direita não pode governar, quando esses casos são igualmente graves se afetarem o PP ou os socialistas.

"Entendo que os parceiros estejam preocupados. Se eu tivesse dado carta branca ao PSOE, eu também estaria preocupado", acrescentou o líder do Podemos, diagnosticando que o problema é que no governo do PSOE e do Podemos "apenas Sánchez está no comando".

Enquanto isso, fontes do partido roxo descartam que Sumar se atreva a tomar a decisão de deixar o governo em algum momento, mesmo que a situação piore.

ELES NÃO DÃO CREDIBILIDADE A CERDÁN

Com relação ao comparecimento do ex-secretário de Organização do PSOE, Santos Cerdán, à comissão de investigação do Senado para o "caso Koldo", onde ele proclamou sua inocência, Belarra declarou que não dá "a menor credibilidade" ao ex-líder socialista e ao restante dos acusados nessa trama.

Ela enfatizou que esse é um caso muito sério de corrupção "ligado ao PSOE" e que só poderia ter sido realizado devido às "responsabilidades extremamente altas" que Cerdán e o ex-ministro José Luis Ábalos tinham no partido.

Além disso, ele disse que o caso é "indissolúvel" do PSOE e que Cerdán não pode decepcioná-los mais do que tem feito há muito tempo.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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