Publicado 25/12/2025 09:07

O Podemos critica o discurso "vazio" do Rei, que ele considera "distante" dos problemas da classe trabalhadora

Secretária de Direitos à Moradia do Podemos, Lucía Muñoz
EUROPA PRESS

Ele acredita que o monarca "incha" as ideias da extrema direita e lamenta o fato de não mencionar a ditadura ou a violência masculina.

MADRID, 25 dez. (EUROPA PRESS) -

A secretária de Direitos à Moradia do Podemos, Lucía Muñoz, criticou o discurso de Natal proferido pelo rei Felipe VI na noite de quarta-feira, 24 de dezembro, por considerá-lo "vazio" e por ter demonstrado "o quanto a Casa Real está distante da realidade e dos problemas dos trabalhadores" da Espanha.

"Felipe VI pede que não nos polarizemos, que reduzamos a tensão e adverte sobre a tensão no debate público, mas ignora que essa tensão é consequência das desigualdades que aumentam a cada ano em nosso país, desigualdades sofridas pelas pessoas mais vulneráveis deste país, aquelas que ele não se lembra de mencionar este ano em seu discurso", resumiu Muñoz.

O político também lamentou que, "depois de anos alimentando irresponsavelmente a ascensão da extrema-direita, do racismo e do nacionalismo mais rançoso", este ano o Rei também tenha surfado "na onda da antipolítica", que só serve "para engrossar ainda mais as fileiras da extrema-direita".

"O Rei continua a jogar para os fascistas e este ano estrutura um discurso cuja ideia central é uma história enganosa sobre coexistência e harmonia no mais puro estilo Campofrío", disse o político das Baleares em um discurso público na quinta-feira.

Nesse sentido, ela criticou o Rei por colocar "no mesmo nível" e pedir "o mesmo exercício de reflexão" vítimas e agressores, fascistas e antifascistas, racistas e antirracistas, sexistas e feministas, "como se ambas as posições políticas fossem igualmente legítimas".

"O Rei vem nos dizer que nem nazistas, nem judeus, nem genocidas, nem palestinos, nem vítimas, nem agressores sexuais", ironizou Muñoz, acrescentando que essa "aparente neutralidade" e "falsa equidistância" só servem "para proteger aqueles que sustentam e se beneficiam dessas relações de poder injustas", entre eles "o próprio Rei".

Entre as ausências, o político do Podemos apontou que não foi abordado o atual processo de rearmamento europeu, "que está desviando enormes recursos públicos para gastos militares, enquanto milhões de pessoas sofrem dificuldades de acesso a moradia, saúde decente e empregos estáveis".

Ele também criticou o fato de o discurso "omitir deliberadamente" a ascensão da extrema direita na Europa, a cumplicidade com o genocídio na Palestina e a normalização do discurso racista excludente dentro das próprias instituições europeias, além de ignorar "o movimento feminista e a luta contra a violência" e evitar fazer "uma menção clara" à ditadura de Franco.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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