MADRID 17 nov. (EUROPA PRESS) -
O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) anunciou na segunda-feira a retirada de suas forças de uma área montanhosa do Iraque perto da fronteira com a Turquia, em meio a esforços para levar adiante um processo de paz após o anúncio histórico em maio de sua dissolução e o fim de suas quatro décadas de luta armada.
"Durante a tarde de 16 de novembro, nossas forças que representavam um risco de conflito na área de Zap foram retiradas para outras áreas adequadas", disse o Movimento de Liberdade do Curdistão, nome usado desde sua dissolução em maio. "Nessa situação, o risco de conflito nessa área em questão foi completamente eliminado", acrescentou.
Ele enfatizou que "esse novo passo servirá para resolver a questão curda e contribuir para a paz e a democratização na Turquia", acrescentando que isso ocorreu depois que foi acordado em outubro que "certos ajustes eram necessários para evitar confrontos em pontos da fronteira onde havia risco de confronto".
"Após a retirada de nossos guerrilheiros dentro das fronteiras da Turquia, que representavam um risco de conflito, essa retirada e ajuste na zona Zap é uma importante contribuição prática para o desenvolvimento e o sucesso do processo de paz e da sociedade democrática desenvolvida pelo líder Abdullah Ocalan", disse ele, referindo-se ao líder do PKK preso.
Ele enfatizou que a medida "demonstra mais uma vez o compromisso com esse processo", conforme relatado pelo portal de notícias ANF, ligado ao PKK, depois que Ocalan pediu no início de novembro "um forte processo de transição" na Turquia para reconhecer "a realidade curda em todas as suas dimensões" e argumentou que "para avançar para uma fase positiva, é vital que todos ajam com sensibilidade, seriedade e senso de responsabilidade".
O governo turco e o PKK - que se retirou da Turquia para o norte do Iraque no final de outubro - iniciaram conversações de paz em 2013, mas elas entraram em colapso em 2015 e foram seguidas por um surto de combates em áreas de maioria curda no sudeste e no leste do país.
Embora o PKK tenha reivindicado a criação de um Estado independente após sua fundação, ele agora defende maior autonomia nas áreas de maioria curda, parte do que é considerado o Curdistão histórico, que também se estende a partes da Síria, Iraque e Irã.
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