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Ele afirma que "muitos" dos barcos bombardeados pelos EUA estavam transportando maconha, não cocaína.
MADRID, 31 dez. (EUROPA PRESS) -
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, declarou saber nesta terça-feira que os Estados Unidos "bombardearam uma fábrica" em Maracaibo, na Venezuela, onde os guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) fabricariam cocaína, segundo o próprio presidente, que acusou o grupo de permitir uma invasão do território venezuelano.
"Sabemos que Trump bombardeou uma fábrica em Maracaibo, tememos que eles misturem pasta de coca lá para fazer cocaína e aproveitem a localização no mar (lago) de Maracaibo. É simplesmente o ELN", disse Petro em uma longa postagem no site de rede social X.
Nesse sentido, ele acusou a guerrilha de "permitir, com seu "traqueteo" (tráfico) e seu dogma mental, a invasão da Venezuela".
Ele também afirmou que "deve decidir se vai competir pela cocaína ou pela paz" com a 33ª Frente, que faz parte do Estado-Maior Central dos Blocos e da Frente (EMBF) - uma dissidência das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que foram dissolvidas - e com a qual o ELN tem travado repetidas batalhas na região de Catatumbo, perto do Lago Maracaibo, na Venezuela, onde a violência aumentou no ano passado, forçando centenas de milhares de pessoas ao confinamento ou ao deslocamento.
No entanto, ele disse que "muitos" dos barcos bombardeados pelos Estados Unidos no Mar do Caribe e no leste do Pacífico - que já mataram 107 pessoas - "não estavam transportando cocaína, mas sim maconha".
Ele também considerou a situação como "um problema paradoxal", dada a ilegalidade dessa substância na Colômbia e sua legalidade, em termos de uso medicinal, em partes dos Estados Unidos, uma diferença que "tirou a vida de muitos humildes barqueiros, e de nenhum consumidor americano ou mundial".
"A cocaína para a Europa vai de submarino e contêiner. A cannabis é a ilegitimamente atacada", argumentou, antes de propor uma "substituição" das plantações de folha de coca pela própria cannabis, argumentando que, assim como o "ouro ilícito", ela é atualmente "mais lucrativa". "O Estado deve tirar proveito disso", acrescentou.
Por outro lado, ele garantiu que na Colômbia "não há provas de tráfico de drogas" contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que foi apontado e sancionado pelo governo de Donald Trump nos Estados Unidos por suas supostas ligações com essa atividade.
"Os generais que descobrimos que estavam negociando cocaína estavam em sedição com o apoio do governo colombiano, buscando um golpe em Caracas", disse Petro, antes de indicar que sua última conversa telefônica com seu colega venezuelano foi "sobre como atacar conjuntamente o ELN na fronteira".
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