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O líder venezuelano apela aos militares do país vizinho contra o "mal" que os EUA estão infligindo a eles.
MADRID, 19 dez. (EUROPA PRESS) -
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse na quinta-feira que seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, "não tem que dar ordens" ao exército colombiano, depois que este último pediu a unidade dos militares dos dois países para responder às hostilidades dos Estados Unidos em sua suposta operação contra o tráfico de drogas.
"Não, ele não tem que dar ordens aos militares (...) Ninguém pode dar ordens ao outro exército. Eu não posso dar ordens ao exército venezuelano, nem eles podem dar ordens ao exército colombiano", respondeu ele em declarações aos jornalistas.
O presidente defendeu que "a única maneira de duas nações se unirem é com o poder constituinte e a soberania popular" e lembrou que "a única organização armada binacional formada por venezuelanos e colombianos se chama ELN (Exército de Libertação Nacional), que se dedicava ao tráfico de cocaína e à matança de camponeses".
"O ELN é um inimigo da Colômbia e da Venezuela e um inimigo da América Latina. Se depusesse suas armas, deixaria de ser um inimigo da América Latina", disse Petro, antes de enfatizar que "tentei fazer com que o governo venezuelano, com seu exército, fechasse as intenções militares do ELN" na fronteira.
Petro respondeu assim às declarações de seu homólogo venezuelano, que no dia anterior se dirigiu aos militares colombianos para que se unissem contra "todo o mal que o império norte-americano está tentando nos fazer hoje". "Eu os convoco a uma união perfeita com a Venezuela para que ninguém se atreva a tocar a soberania de nossos países e a exercer o ditado de (Simón) Bolívar de união permanente e felicidade compartilhada", disse ele em um ato transmitido pela rede de televisão VTV.
"Há uma máxima dos impérios há um século (que) é dividir para reinar, e o quanto eles têm feito para dividir a Colômbia da Venezuela, todos os dias. E a maior garantia que temos de paz, estabilidade e respeito no mundo é a unidade. É por isso que meu apelo hoje, com o profundo amor que sinto como grancolombiano, às pessoas comuns da Colômbia, aos seus movimentos sociais, às suas forças políticas, aos militares colombianos que conheço muito bem", disse ele em meio à escalada das tensões com o governo dos EUA.
No início desta semana, o presidente Donald Trump ordenou um bloqueio "completo e total" dos navios petroleiros que entram e saem das costas venezuelanas, exigiu a entrega do petróleo bruto que ele afirma pertencer aos EUA e declarou o "regime" de Maduro uma organização terrorista. Em resposta, Caracas solicitou uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU e denunciou o que descreve como "agressão grave e criminosa", um "delírio" de Trump e uma tentativa "bélica" de transformar a Venezuela em uma colônia.
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