MADRID 3 nov. (EUROPA PRESS) -
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, defendeu a necessidade de criar "uma OTAN sul-americana" que não dependa dos interesses dos Estados Unidos ou de outras potências como a Rússia.
"O caminho para a América do Sul e a América Latina não é se juntar a um bloco econômico concorrente, mas construir nosso próprio pólo autônomo e soberano de desenvolvimento", disse Petro em entrevista à televisão Al Jazira, do Catar, durante sua turnê por vários países árabes, que terminou na segunda-feira no Catar.
Isso inclui "uma OTAN sul-americana independente dos interesses dos Estados Unidos, independente dos interesses da Rússia, que possa falar no mundo com sua própria voz, de acordo com nossos próprios interesses, e buscar o diálogo da humanidade", disse ele, de acordo com a Presidência colombiana em um comunicado divulgado na segunda-feira.
Somente assim a América Latina poderia "assumir os desafios de superar os principais problemas atuais, a descarbonização, a desigualdade, a pobreza, a escravidão em muitos setores da humanidade" e uma "reconstrução de outro ponto de vista, da descarbonização, para competir, mesmo dentro do capitalismo".
O líder colombiano acredita que os Estados Unidos "podem ser deixados para trás se insistirem no petróleo, como Trump está fazendo". Mas se os Estados Unidos reconsiderarem essa posição, "a América do Sul seria seu maior aliado, porque é o mais próximo que eles têm em termos de energia limpa".
Petro enfatizou a importância de "um diálogo entre civilizações". "O choque de civilizações leva à barbárie, que é o que estamos vendo, e Gaza é o exemplo, o Caribe segue. Já o diálogo entre civilizações leva à sabedoria, a uma humanidade livre", argumentou.
Precisamente sobre o Caribe, Petro criticou os ataques militares dos EUA a supostos barcos de tráfico de drogas. Esses barcos "transportam pessoas jovens e pobres". "Os traficantes de drogas também não vão nos barcos, são jovens que não têm universidade, não têm oportunidades", lamentou.
"O narcotraficante está onde o luxo está, porque ele tem muito dinheiro e o luxo está perto do grande parque em Nova York, está em Miami, está em Paris, está em Dubai, com grave perigo para as sociedades árabes. E o narcotraficante não é mais colombiano, ele é mexicano, albanês, italiano, francês e de Kosovo", enfatizou.
Por essa razão, ele atribuiu o destacamento militar dos EUA no Caribe à "ganância do governo dos EUA de permanecer, tem sido assim desde o início, com o petróleo como insumo básico para sua economia e seu grande capital".
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