Publicado 25/11/2025 06:57

Petro acusa a CIA de tentar derrubar seu governo por meio do vazamento de informações erradas para a mídia

Presidente colombiano afirma que são falsas as denúncias de ligações entre autoridades de segurança e dissidentes de "Calarcá

Archivo - BOGOTÁ, 25 de outubro de 2025 -- O presidente colombiano Gustavo Petro (frente) discursa durante um comício na Plaza de Bolivar em Bogotá, capital da Colômbia, em 24 de outubro de 2025. O governo Trump impôs na sexta-feira sanções ao presidente
Europa Press/Contacto/Li Zijian - Arquivo

MADRID, 25 nov. (EUROPA PRESS) -

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que é a CIA, a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, que está por trás das informações que ligam as autoridades de segurança do Estado aos dissidentes das FARC comandados por "Calarcá". "Ele tem o hábito de lançar redes para afetar a opinião pública de acordo com os interesses do governo de seu país", reclamou.

Petro se refere a uma reportagem da Caracol Radio, que vincula o general do exército Juan Miguel Huertas e Wilmar Mejía, funcionário da Direção Nacional de Inteligência (DNI), em um complô para favorecer as ações do grupo armado liderado por 'Calarcá', cujo nome verdadeiro é Alexánder Mendoza.

"Caracol já cometeu vários 'erros' dessa magnitude", disse Petro para questionar a veracidade do relatório. "Posso afirmar que as versões de supostos relatórios de inteligência sobre Huertas e Wimer são falsas", enfatizou.

Petro revelou que recebeu "relatórios de funcionários corruptos" da agência norte-americana, mas que, ao contrário do jornalista que publicou a reportagem, ele foi cauteloso quanto ao conteúdo desses relatórios. "Investiguei o que aconteceu e determinei que a crença da CIA não era precisa", disse ele.

"Naquela ocasião, fui informado sobre o general Huertas, que não estava no exército (...) Nada foi dito sobre Wilmer", disse Petro em uma longa mensagem no X, na qual ele também detalhou que a CIA estava enganada sobre o grupo armado agora implicado nesses relatórios. "Foi uma operação contra o ELN", lembrou ele.

"A CIA também está sendo enganada", disse Petro, que explicou que "o alto nível de corrupção" que existe na Colômbia como resultado do tráfico de drogas significa que muitos dentro das forças armadas usam recursos do Estado para remover aqueles que representam um perigo para "suas atividades criminosas".

Esse seria o caso de Huertas e Wilmer, pessoas que o ajudaram a "identificar oficiais corruptos do exército", disse o presidente, que ressaltou que a CIA segue ordens de Washington para desacreditar seu governo.

Ele disse que, antes de expulsar a CIA da Colômbia, espera que o presidente Donald Trump perceba que as denúncias que recebe vêm "dos próprios narcotraficantes" e enfatiza como tanto os narcotraficantes quanto os líderes de alto escalão dos EUA estão tentando tirá-lo do poder.

"Alguns para recuperar seus negócios prejudicados, outros por causa de antigos ódios contra a revolução cubana que, ignorantemente, estendem a todo o progressismo latino-americano e os levam a voltar ao tempo em que apoiavam Pinochet e Videla, que desencadearam tanta dor em nosso continente", teoriza.

INVESTIGAÇÃO DA PROMOTORIA PÚBLICA

Paralelamente à investigação já anunciada no dia anterior pelo Ministro da Defesa, Pedro Sánchez, a Procuradora Geral, Luz Adriana Camargo, lançou uma investigação mais ampla, com base no conteúdo de todas as mensagens divulgadas pela Caracol Radio em seu relatório, incluindo uma conversa entre guerrilheiros sobre o suposto apoio à campanha presidencial de Petro.

Os supostos envolvidos se manifestaram contra essas especulações e negaram qualquer conexão com a trama, além de questionarem a veracidade das conversas entre "Calarcá" e outros guerrilheiros.

O general Huertas rejeitou "categoricamente" qualquer relação com 'Calarcá' ou qualquer outro grupo armado e observou que "as afirmações tornadas públicas, supostamente baseadas em 'arquivos' apreendidos do vulgo 'Calarcá', carecem de apoio verificável e não foram validadas por uma autoridade competente".

Por sua vez, a vice-presidente colombiana, Francia Márquez, mencionada nesses áudios como suposta intermediária entre os dissidentes e Petro, destacou que "não há provas confiáveis" que a vinculem a esses grupos. "A única coisa que é apresentada é uma suposta mensagem de WhatsApp dita por um criminoso usando meu nome para se dar importância com outros criminosos", disse ela.

Calarcá' é comandante do bloco Jorge Briceño dos dissidentes divididos do Estado-Maior Central das FARC. Ao contrário da facção de 'Iván Mordisco' - contra a qual o exército está engajado em um confronto total - sua facção tem mostrado sinais teóricos de querer uma solução negociada com o governo.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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