MADRID 11 nov. (EUROPA PRESS) -
O Congresso peruano registrou na segunda-feira uma proposta do Somos Perú, o partido do atual presidente, José Jerí, para impor penas de oito a dez anos de prisão para quem cobrir o rosto durante as manifestações, três dias antes da realização dos protestos convocados pela Geração Z.
O texto, apresentado pela deputada Elizabeth Medina, argumenta que cobrir o rosto dificulta a identificação dos responsáveis por atos criminosos, o que, por sua vez, incentivaria a impunidade. É "necessário facilitar e conseguir a identificação daqueles que infringem esses direitos e se aproveitam do anonimato para cometer crimes e manchar um protesto pacífico", enfatiza o documento, relatado pelo diário peruano 'La República'.
A proposta, que também inclui penalidades que variam de serviços comunitários a multas de 90 dias, soma-se à apresentada no final de outubro por seu colega de partido Héctor Valer, que propõe punir com seis a dez anos de prisão o uso de pirotecnia ou explosivos contra policiais ou civis em manifestações.
Ambos os projetos de lei chegam em um momento em que a política peruana gira em torno do debate sobre segurança. Por um lado, com o objetivo de conter a violência, Jerí decretou estado de emergência em 22 de outubro - limitando direitos como a inviolabilidade do lar ou a liberdade de reunião e movimento - e reforçou-o no sábado com medidas como o uso de drones e câmeras equipadas com tecnologia de reconhecimento facial.
Por outro lado, o sindicato de transportes peruano realizou várias greves para tentar fazer com que o governo tomasse medidas para impedir a extorsão e o assassinato de motoristas. Alguns deles, os representados pela Associação de Transportadores Nacionais e Internacionais (Asotrani), se mobilizarão novamente nesta sexta-feira, de acordo com o mesmo jornal.
Dessa forma, eles se juntarão aos protestos convocados pelos jovens da Geração Z contra a repressão policial, após o assassinato de Eduardo Ruiz Sanz por um tiro disparado pelo policial Luis Magallanes, que estava vestindo roupas civis na ocasião. O crime ocorreu durante a primeira grande manifestação que Jerí teve de enfrentar apenas cinco dias depois de assumir o cargo, após a demissão de Dina Boluarte.
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