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MADRID 14 dez. (EUROPA PRESS) -
O Partido Liberdade e Refundação (LIBRE), do candidato presidencial Rixi Moncada, anunciou que não concederá reconhecimento político ao "regime entrante" após as eleições presidenciais de 30 de novembro - cujos resultados oficiais ainda não foram publicados - e pediu ao povo hondurenho que saia às ruas para "lutar contra a fraude", em meio a um "desastre" de recontagem de votos após duas semanas sem conhecer o vencedor.
O LIBRE lamentou que "as eleições gerais não foram uma competição entre projetos para o país, mas uma operação secreta para restaurar o sistema bipartidário" e resolveu "não reconhecer os resultados eleitorais publicados e proclamados pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), porque eles estão contaminados pela interferência dos EUA e das oligarquias", conforme declarado em um manifesto elaborado após uma assembleia extraordinária do partido realizada no sábado.
Na mesma linha, o partido denunciou "uma operação continental de medo ideológico" que levou o povo hondurenho a "decidir sob condições concretas de coerção, medo e manipulação", incluindo ameaças às famílias que recebem remessas, "uma guerra midiática sem precedentes" e "a intervenção aberta de atores estrangeiros", entre outros.
A LIBRE reiterou que "não concederá legitimidade política ou moral ao governo que emergiu desse processo fraudulento" e se declarou "em oposição firme, ética e popular", conclamando o povo a sair às ruas "para exigir voto a voto, cédula a cédula, e para apoiar as lutas contra a fraude eleitoral".
Esse manifesto vem depois que o governo hondurenho denunciou na sexta-feira - por meio de Notas Oficiais - a interferência do governo dos EUA, liderado por Donald Trump, nas disputadas eleições presidenciais que ocorreram no final de novembro, sem que os resultados oficiais tenham sido publicados até o momento. Essa interferência também foi mencionada pelo partido governista no sábado em termos de um "golpe eleitoral promovido por Washington".
Tudo isso apenas alguns dias depois que a presidente afastada, Xiomara Castro, condenou na terça-feira a interferência do ocupante da Casa Branca nas últimas eleições presidenciais realizadas no país latino-americano. "Ele violou o princípio mais sagrado de nossa Constituição: a soberania reside no povo, exclusivamente no povo hondurenho", disse ela, em alusão a Trump.
No momento, o CNE está se preparando para começar a revisar os 2.773 registros de votação que mostram inconsistências, um procedimento fundamental para determinar o resultado das eleições, nas quais o candidato com mais votos se torna automaticamente o presidente eleito do país.
Os números oficiais publicados colocam o candidato de extrema-direita Nasry Asfura (Partido Nacional) com 40,52% à frente de Salvador Nasralla (Partido Liberal, 39,20%) após 99,4% dos votos terem sido contados.
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