Starmer faz uma visita surpresa aos altos-fornos de Scunthorpe
MADRID, 12 abr. (EUROPA PRESS) -
As duas Câmaras do Parlamento britânico aprovaram neste sábado, em uma sessão extraordinária, uma lei para nacionalizar a empresa British Steel, até agora nas mãos da empresa chinesa Jingye.
A Lei da Indústria Siderúrgica (Medidas Especiais) foi aprovada primeiro na Câmara dos Comuns e depois na Câmara dos Lordes, de modo que somente a promulgação formal pelo Rei Carlos III é necessária para que entre em vigor.
Durante a votação, houve manifestações dos funcionários da empresa, que chegaram a impedir que os executivos da empresa chinesa entrassem no Parlamento, de acordo com o jornal britânico "The Independent".
O governo defendeu a necessidade de dar poderes ao executivo para assumir a administração das empresas siderúrgicas britânicas, "que usaremos para proteger a usina de Scunthorpe". O principal argumento é que se, como se teme, os altos-fornos de Scunthorpe forem desativados, seria muito mais complexo e caro reiniciá-los.
VISITA DE STARMER A SCUNTHORPE
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, fez uma visita surpresa aos altos-fornos de Scunthorpe no sábado, onde se reuniu com os trabalhadores da fábrica.
"Vocês são as pessoas que fazem isso funcionar. Vocês e seus colegas têm sido a espinha dorsal da British Steel há anos e é muito importante que reconheçamos isso", disse ele.
É por isso que "foi muito importante que hoje, depois de estar no Parlamento esta manhã, eu tenha vindo direto para cá para vê-los pessoalmente e conversar com vocês", acrescentou. "Esses são seus empregos, suas vidas, suas comunidades, suas famílias", continuou ele.
Os trabalhadores agradeceram a Starmer. "Ainda não conseguimos. Ainda há muito trabalho a ser feito", alertou um dos funcionários da empresa.
Por sua vez, o sindicato GMB disse que há muito tempo defende a nacionalização como a única maneira de salvar o setor siderúrgico britânico.
No final de março, a British Steel anunciou o início das consultas sobre o fechamento de seus dois altos-fornos, da fábrica de produção de aço e da redução da capacidade de laminação de aço na cidade inglesa de Scunthorpe, ameaçando a continuidade de até 2.700 empregos.
A empresa então lembrou que, desde 2020, a Jingye investiu mais de £ 1,2 bilhão (€ 1,437 bilhão) para manter as operações em um cenário de instabilidade de produção e perdas financeiras de cerca de £ 700.000 (€ 838.187) por dia, defendendo que, apesar desses investimentos, "os altos-fornos e as operações de fabricação de aço não são mais financeiramente sustentáveis" devido às difíceis condições de mercado, à imposição de tarifas e aos custos ambientais mais altos associados à produção de aço com alto teor de carbono.
A esse respeito, a empresa lembrou que havia buscado o apoio do governo do Reino Unido, mas "após muitos meses de negociações", não se chegou a um acordo, por isso tomou a decisão de consultar os funcionários e considerar propostas para fechar os altos-fornos, embora tenha assegurado que continuaria a trabalhar com o governo do Reino Unido para explorar opções para o futuro da empresa.
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