MADRID 23 abr. (EUROPA PRESS) -
A ONG Oxfam Intermón denunciou que a nova ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza impossibilitou a entrega de ajuda humanitária, que está bloqueada desde 2 de março. É um "pesadelo" para 500.000 pessoas "aterrorizadas e obrigadas a se refugiar em "áreas inóspitas, inseguras e inacessíveis" devido às ordens de deslocamento e aos massacres que estão ocorrendo.
Após a oitava semana de cerco a Gaza, cerca de 70% da população foi impedida de receber ajuda. "Muitas agências humanitárias foram forçadas a suspender suas operações", disse a Oxfam, alertando que suas reservas de suprimentos "estão quase esgotadas".
"Restam apenas alguns tanques de água na Cidade de Gaza", alertou a Oxfam, que, assim como seus parceiros, não recebeu "um único caminhão de ajuda" ou outros suprimentos básicos por semanas desde 2 de março.
"A população de Gaza está emocional e fisicamente exausta após 18 meses de ataques aéreos e terrestres, repetidas ordens de deslocamento forçado e restrições aos serviços básicos.
A chefe da Oxfam Intermón em Gaza, Clemence Lagouardat, considera "difícil" explicar "a terrível situação" no enclave palestino, onde "cenas de massacres e desespero" se repetem diariamente, e onde a população não consegue cumprir as ordens de deslocamento forçado emitidas pelas autoridades israelenses "a curto prazo".
Lagouardat explicou que esses deslocamentos forçados estão tornando "extremamente difícil" salvar vidas, já que os recursos são "cada vez mais escassos" e a pouca ajuda que resta dentro de Gaza é difícil de ser transportada para aqueles que vivem em abrigos e tendas improvisadas".
Israel emitiu várias ordens para que os habitantes de Gaza busquem abrigo em espaços pré-designados. No entanto, esses espaços não têm as condições mínimas exigidas pela lei humanitária internacional, que também inclui proteção para aqueles que optarem por não se mudar para essas instalações.
"Esse terror e massacre devem parar imediatamente. O cerco deve ser levantado com urgência para permitir que a ajuda humanitária chegue a todas as pessoas que precisam dela", pediu Lagouardat.
Os parceiros e trabalhadores da Oxfam no local testemunharam esse novo "pesadelo" desde que Israel decidiu unilateralmente interromper o cessar-fogo com o Hamas, citando uma suposta falta de interesse do outro lado em progredir na entrega dos reféns.
"Nada poderia ter nos preparado para uma guerra sem precedentes. Os danos que sofremos, tanto psicológicos quanto físicos, são profundos e não podem ser facilmente reparados", disse Mohammad Nairab, diretor da Associação Palestina de Amigos do Meio Ambiente, um dos parceiros da Oxfam em Gaza.
Os funcionários da Oxfam relataram casos em que as pessoas presas sob os escombros conseguiram pedir ajuda por meio de seus telefones, mas as equipes de resgate ainda não conseguem acessar a área devido a essas restrições e aos ataques das forças israelenses.
Eles falam de pessoas feridas presas em estradas onde é "impossível" as ambulâncias chegarem, de como é difícil e caro encontrar alimentos nos mercados ou de novas formas de ataque do exército israelense. "Antes, era possível ouvir o som das bombas no ar, mas agora elas viajam em um silêncio letal", afirmam.
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