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O governo minimiza o protesto e afirma que "a maioria do país saiu para trabalhar".
MADRID, 11 dez. (EUROPA PRESS) -
A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), o principal sindicato do país, estimou que pouco mais de três milhões de pessoas participaram da greve geral de quinta-feira - a primeira nos últimos doze anos - convocada em protesto contra a reforma do estatuto dos trabalhadores.
A greve de quinta-feira "é uma das maiores de todos os tempos, se não for a maior", enfatizou o secretário da organização, Tiago Oliveira, em uma coletiva de imprensa, depois que o governo conservador do primeiro-ministro Luís Montenegro minimizou a extensão da mobilização.
Oliveira enfatizou, do aeroporto de Lisboa, que esse dia é um "sinal inequívoco da demanda por melhores salários e mais direitos", bem como um "sucesso" e "uma resposta real dos trabalhadores à agressão do governo ao setor dos trabalhadores", de acordo com a RTP.
O secretário-geral da CGTP disse que os trabalhadores de vários aeroportos aderiram à mobilização em 90%, números "históricos", ressaltou, como os observados no setor privado. "Basta olhar para Lisboa, é uma cidade completamente deserta", disse ele.
O líder da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Mário Mourão, também se manifestou nesse sentido, reconhecendo que a greve "tem superado as expectativas".
Esta é a primeira greve geral em doze anos, depois da convocada por ambas as organizações de trabalhadores em 2013, quando o país sofreu intervenção da "troika" europeia, em meio a um resgate financeiro marcado por duras medidas de austeridade e forte resistência da população.
Em contrapartida, o governo descreveu a mobilização como "insignificante" e enfatizou que "a grande maioria do país saiu para trabalhar". O ministro da presidência de Portugal, Antonio Leitão Amaro, não deu importância à extensão do protesto, que ele descreveu como uma "greve de funcionários públicos".
O governo português argumenta que as reformas planejadas têm o objetivo de tornar o mercado de trabalho mais flexível. "A greve é política. A greve motiva aqueles que nunca chegaram a um acordo e não querem um acordo", protestou Montenegro na Assembleia Nacional esta semana.
A oposição adverte que essas propostas arrastam os jovens para empregos precários e incentivam a economia informal. Entre as mais polêmicas estão a redução da licença por luto em caso de aborto espontâneo e maiores limitações para as mulheres que amamentam e que solicitam horários de trabalho flexíveis.
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