SEVILLA 3 jul. (EUROPA PRESS) -
Pesquisadores da Universidade Loyola de Sevilha, do grupo de pesquisa de Economia Comportamental (Loyola Behavioral Lab), realizaram um novo estudo no qual destacam que a repetência dos alunos no ensino médio "não só traz poucos benefícios acadêmicos", mas também "rompe os vínculos sociais dos alunos, isolando-os e dificultando seu dia a dia em sala de aula".
Conforme relatado pela universidade em um comunicado à imprensa, o estudo 'Repetição prejudica a inclusão social na escola', publicado no Journal of Education, reabre o debate sobre se "repetir um ano ajuda os alunos ou os afunda ainda mais".
Da mesma forma, essa pesquisa, realizada pelos professores da Universidade Loyola Pablo Brañas-Garza e Diego Jorrat, apontou que "repetir o mesmo ano prejudica profundamente a integração social dos alunos e esse impacto negativo se mantém mesmo anos depois", o que eles descreveram como "preocupante".
O estudo analisou a situação de mais de 5.000 adolescentes em escolas espanholas, com base em dados coletados no projeto TeensLab, que já abordou questões como bullying e exclusão social em sala de aula.
A equipe de pesquisadores estabeleceu comparações entre colegas repetentes e não repetentes que têm as mesmas características acadêmicas e pessoais, o que poderia ser chamado de "gêmeos estatísticos". A conclusão do estudo é que os repetentes são "menos populares, têm menos amizades de qualidade e aparecem mais em redes de inimizade dentro da sala de aula", o que contribui para que não façam parte de um grupo coeso e que seus "inimigos" formem uma espécie de "grupo de ódio que intensifica o isolamento social em relação ao repetente".
Na nota emitida pela Universidade, o estudo mostrou que, com o passar do tempo, "a situação melhora em parte", pois os ex-repetentes "acabam recuperando um pouco da popularidade, embora o restante dos efeitos negativos permaneça quase intacto".
A conclusão dos autores é que "a repetência destrói o capital social do aluno, um dano que não é reparado com o tempo" e supõe-se que a experiência da repetência "deixa uma impressão duradoura".
Embora às vezes seja apresentada como uma medida para "dar outra chance" acadêmica, os dados coletados lançam dúvidas sobre essa lógica, concentrando-se nas consequências sociais invisíveis que marcam o futuro dos alunos. Já se fala que a repetência "não melhora o desempenho a longo prazo" e que pode aumentar "o risco de abandono da escola", de acordo com estudos anteriores.
Nas palavras dos autores, "a repetência impõe um custo emocional e relacional que nem sempre é visível, mas que condiciona profundamente a vida escolar de quem a sofre".
Esse projeto é financiado pelo Ministério da Ciência e Inovação e pelo Governo Regional da Andaluzia e sugere que as autoridades educacionais devem repensar o uso da repetência como ferramenta pedagógica. "Além dos custos econômicos e logísticos que já eram conhecidos - mais recursos, salas de aula sobrecarregadas, atraso na inserção no mercado de trabalho - agora há um profundo custo social: os repetentes são, em muitos casos, alunos que acabam mais sozinhos, mais rejeitados e com menos ferramentas para ter sucesso", ressalta.
Por fim, o TeensLab também lidou com fenômenos como bullying e exclusão nas redes sociais e confirma com esse novo trabalho que a dinâmica social na sala de aula pode ser "tão importante quanto as notas".
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