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A nova doutrina de segurança dos EUA se propõe a "corrigir" o "apagamento da civilização europeia".
MADRID, 5 dez. (EUROPA PRESS) -
Os Estados Unidos consideram que "alguns líderes europeus" estão demonstrando "expectativas irrealistas" em relação à guerra na Ucrânia e destacaram como prioridade o restabelecimento de relações estratégicas com a Rússia e, assim, superar uma brecha entre a Europa e a Rússia que, na opinião de Washington, é o melhor exemplo da "falta de autoestima" e da ameaça de "apagamento" que atualmente afeta a "civilização europeia".
A ideologia da administração Trump domina a nova Estratégia de Segurança Nacional apresentada nesta sexta-feira pela Casa Branca; um documento que marca as linhas gerais da política externa dos EUA no mundo e que, em sua seção dedicada à Europa, sustenta uma ideia transmitida em fevereiro pelo vice-presidente do país, JD Vance, durante seu discurso na Conferência de Segurança de Munique: a ameaça real de um declínio da civilização ocidental no continente europeu.
"Queremos que a Europa permaneça europeia, recupere seu respeito próprio como civilização e abandone sua abordagem fracassada em favor da sufocação das regulamentações", afirma o documento, antes de citar a guerra na Ucrânia como um caso representativo.
Os EUA estão convencidos de que os aliados europeus "desfrutam de vantagens significativas" sobre a Rússia no nível de 'hard power', ou seja, pressão militar e econômica, "exceto no que diz respeito a armas nucleares", mas "como resultado da guerra da Rússia na Ucrânia, as relações europeias com a Rússia se atenuaram significativamente e muitos europeus veem a Rússia como uma ameaça existencial".
O resultado dessa aproximação é um "risco de conflito" entre a Rússia e os países europeus, que os EUA querem aliviar por meio de uma "rápida cessação das hostilidades na Ucrânia" para evitar uma "escalada da guerra". Mas também defendem a "restauração da estabilidade estratégica com a Rússia" e, por fim, a facilitação da "reconstrução da Ucrânia após as hostilidades para permitir sua sobrevivência como um estado viável".
O documento de estratégia adverte que a guerra na Ucrânia teve um "efeito perverso" na Europa, cuja "dependência externa tem aumentado constantemente", citando como exemplo a Alemanha, cujas "empresas químicas estão construindo suas fábricas de processamento na China enquanto usam gás russo que não podem obter internamente".
EXPECTATIVAS IRREALISTAS E PERDA DA IDENTIDADE NACIONAL
O caso alemão é um exemplo, segundo o texto, de que "a administração Trump está entrando em choque com a posição dos tomadores de decisão europeus que têm expectativas irrealistas sobre a guerra" na Ucrânia, de acordo com um documento que descreve a Europa como um cenário de instabilidade política derivada do conflito.
Esses "tomadores de decisão", acredita Washington, "estão empoleirados em governos minoritários, muitos dos quais atropelam os princípios básicos da democracia para reprimir a oposição".
DURAS CRÍTICAS À UE
A esse respeito, os EUA mencionam explicitamente "as atividades da União Europeia e de outros órgãos transnacionais" como parte dos "problemas mais amplos enfrentados pela Europa" porque "minam a liberdade política e a soberania".
Outros problemas, de acordo com o documento, incluem "políticas migratórias conflitantes que estão transformando o continente, censura à liberdade de expressão e supressão da oposição política, queda nas taxas de natalidade e, finalmente, a já mencionada "perda da identidade nacional".
No entanto, como a Europa continua a ser de "importância estratégica e cultural vital" para os EUA, o objetivo de Washington "deve ser ajudar a Europa a corrigir sua trajetória atual", usando como plataforma os "motivos de otimismo" que percebe, como o ressurgimento do espírito nacionalista e "a crescente influência dos partidos patrióticos europeus".
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