MADRID 9 nov. (EUROPA PRESS) -
O governo dos Estados Unidos expressou neste sábado sua vontade de dar um novo impulso às suas relações com a Bolívia e declarou seu desejo de iniciar "um novo capítulo" em uma parceria bilateral de 176 anos, com acordos econômicos, de segurança e de cooperação entre os dois países.
O vice-secretário Christopher Landau liderou uma delegação oficial à posse do presidente eleito da Bolívia, Rodrigo Paz, no sábado, em um evento que marcou o início de uma nova etapa nas relações diplomáticas entre os dois países.
Landau enfatizou o compromisso de seu governo em "aprofundar o relacionamento entre (ambas) as nações" e argumentou que a cooperação renovada poderia se tornar "uma pedra angular da prosperidade econômica e da segurança compartilhadas".
Durante a cerimônia, Washington e La Paz confirmaram uma série de iniciativas destinadas a fortalecer a colaboração bilateral.
Em questões econômicas, o diretor executivo da International Development Finance Corporation (DFC), Ben Black, e o presidente do Export-Import Bank (EXIM), John Jovanovic, anunciaram que ambas as agências "estão abertas para fazer negócios na Bolívia" e expressaram seu interesse mútuo em explorar novas oportunidades de comércio e investimento.
Além disso, os EUA se comprometeram a enviar especialistas de várias agências e instituições - como a Agência de Comércio e Desenvolvimento e o Departamento de Estado - ao país andino para forjar acordos em vários setores comerciais a fim de "impulsionar o crescimento liderado pelo setor privado e a criação de empregos em ambos os países".
Os dois países também concordaram em relançar o Conselho Bilateral de Comércio e Investimento, bem como em formar uma Equipe Conjunta de Negociação para avaliar novas oportunidades de investimento e prioridades compartilhadas.
Em nível de "laços interpessoais", Paz anunciou a iminente eliminação das exigências de visto para turistas e viajantes de negócios dos EUA, a fim de "incentivar o turismo e os investimentos". Os dois governos também concordaram em promover um Acordo de Céus Abertos para facilitar os voos entre os EUA e a Bolívia.
O presidente eleito também anunciou que seu governo permitirá que a empresa Starlink opere no país, o que favorecerá a expansão do acesso à Internet "acessível, rápido e confiável" em todas as regiões.
Por sua vez, Landau anunciou a reabertura, no início de 2026, de um novo Espaço Americano em La Paz, dez anos após seu fechamento, com o objetivo de "aproximar a cultura americana e a língua inglesa dos bolivianos".
Em termos de segurança, o subsecretário dos EUA informou a doação de 700.000 dólares (cerca de 605.000 euros) em medicamentos antirretrovirais e kits de diagnóstico para o HIV, ao mesmo tempo em que assegurou que o Departamento de Estado dos EUA trabalhará com o Congresso para oferecer assistência ao governo boliviano para melhorar a segurança dos cidadãos.
Por fim, os dois líderes expressaram seu interesse em concluir um memorando de entendimento sobre cooperação em energia nuclear civil segura, consolidando assim uma estrutura mais ampla de colaboração estratégica entre os dois países.
Rodrigo Paz Pereira foi empossado presidente da Bolívia no sábado com o compromisso de salvar um país "devastado" com uma "economia falida" como resultado da "traição" orquestrada pelas autoridades cessantes lideradas por seu antecessor, Luis Arce, e agravada pela crise interna do partido do ex-presidente, o Movimento para o Socialismo (MAS), do qual Arce foi expulso esta semana.
No início do mês, Paz viajou para os Estados Unidos para se reunir com representantes do governo americano e de instituições econômicas multilaterais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), em um esforço inicial para negociar um plano de assistência econômica urgente para o país.
A visita de Paz também serviu para abrir caminho para a normalização das relações diplomáticas plenas entre La Paz e Washington, que haviam sido interrompidas desde 2008, quando o então presidente Evo Morales, um expoente do MAS, expulsou o embaixador dos EUA, Philip Goldberg. Posteriormente, a DEA (Drug Enforcement Administration) e a USAID (Agency for International Development) dos EUA foram expulsas.
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