Publicado 13/12/2025 23:53

Orbán sobre o congelamento de ativos russos pela UE: "É uma declaração de guerra".

RÚSSIA, MOSCOU - 28 DE NOVEMBRO DE 2025: O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, observa durante uma reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Kremlin de Moscou
Europa Press/Contacto/Vladimir Gerdo

MADRID 14 dez. (EUROPA PRESS) -

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, descreveu no sábado o acordo da União Europeia para congelar os ativos russos congelados como uma "declaração de guerra" por parte da UE-27 e reprovou Bruxelas pelo fato de que essa ação só vai prolongar a guerra na Ucrânia.

"Ao contornar a Hungria e violar a lei europeia em plena luz do dia, Bruxelas está tentando confiscar os ativos russos congelados: uma declaração de guerra. Enquanto isso, eles estão exigindo mais 135 bilhões de euros dos Estados membros para alimentar o conflito", disse o líder húngaro, garantindo que "a Hungria não participará dessa estratégia distorcida de Bruxelas".

Nessa linha, Orbán criticou os principais líderes europeus, destacando as figuras do chanceler alemão Friedrich Merz, do líder do Partido Popular Europeu, Manfred Weber, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a quem ele acusou de "liderar a União do Muro".

"Nunca vi nada parecido com isso antes, que 200 a 300 bilhões de euros em ativos sejam perdidos sem consequências", acrescentou. "Há dinheiro russo e há outra possibilidade, a de que o dinheiro seja coletado dos Estados membros", disse ele, alertando que a tentativa de usar ativos russos congelados é "um assunto extremamente incomum e perigoso".

Os comentários de Viktor Orbán foram feitos depois que os países da UE confirmaram, na sexta-feira, um acordo para congelar indefinidamente 210 bilhões de euros de ativos russos congelados em solo da UE, um passo para fortalecer as salvaguardas antes de aproveitar a liquidez desses ativos para financiar o "empréstimo de reparação" para a Ucrânia, que os líderes da UE esperam acordar na cúpula da próxima semana.

O acordo, que foi apoiado por uma "maioria esmagadora" de parceiros em uma reunião de embaixadores na quinta-feira, foi confirmado na sexta-feira no final do prazo do procedimento escrito com apoio suficiente para ser formalmente adotado. A medida foi adotada com 25 votos a favor e dois contra - Hungria e Eslováquia, disseram fontes europeias à Europa Press.

Depois de tomar conhecimento da decisão dos embaixadores, o governo de Orbán emitiu uma declaração dura, na qual deixou claro que se opunha terminantemente a essa decisão "sem precedentes", que envolve a extensão das sanções contra a Rússia "em uma base legal incorreta", a fim de "contornar" a obrigação de unanimidade que corresponde a esse tipo de tomada de decisão.

Budapeste também denunciou o fato de que foi tomada uma decisão com vocação "indefinida" e poucas chances de ser revertida - seria necessária uma maioria qualificada dos 27 e somente após o término da guerra - sob um mecanismo que os Tratados estabelecem como "temporário".

De qualquer forma, esse acordo é um passo mais próximo da decisão dos líderes de apoiar a proposta da Comissão Europeia de aproveitar a liquidez dos ativos em questão - a maioria deles na Euroclear, com sede na Bélgica - para financiar um empréstimo de reparação de 90 bilhões de euros para as necessidades financeiras da Ucrânia nos próximos dois anos, uma ajuda que Kiev só terá de pagar se Moscou interromper a guerra e compensar economicamente o país na medida dos danos causados.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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