Publicado 02/11/2025 01:35

A oposição hondurenha denuncia uma manobra do governo para impedir as próximas eleições.

Archivo - (211129) -- TEGUCIGALPA, 29 de novembro de 2021 (Xinhua) -- Um cidadão vota em uma seção eleitoral em Tegucigalpa, Honduras, em 28 de novembro de 2021.   Os hondurenhos foram às urnas na manhã de domingo para eleger o presidente, bem como legisl
Europa Press/Contacto/Xinhua - Arquivo

MADRID 2 nov. (EUROPA PRESS) -

A oposição hondurenha denunciou neste sábado que o governo da presidente de Honduras, Xiomara Castro, está tentando impedir a realização de eleições - convocadas para 30 de novembro - depois que o Congresso aprovou uma comissão permanente que atuará como órgão legislativo, apesar de os deputados da oposição terem ratificado nesta semana uma extensão da atividade da Câmara.

"Eles estão derrotados e sabem disso. Estão procurando uma desculpa para dizer 'tínhamos tudo e perdemos', e é isso que está acontecendo com eles. Nós, hondurenhos, temos que nos unir para não permitir que eles saiam impunes. Eles não querem que as urnas sejam abertas, não querem deixar o poder e querem criar desordem", disse Jorge Cálix, membro do partido Liberal, o segundo maior partido de oposição, em declarações divulgadas pelo jornal hondurenho 'La Prensa'.

O Congresso Nacional promulgou neste sábado a designação de uma comissão permanente que substituirá essa câmara em suas funções e será composta por nove membros e liderada por Luis Redondo, do partido governista e atual presidente do Congresso. Essa medida é uma resposta ao fim da sessão ordinária do Congresso, que em Honduras vai de 21 de janeiro a 31 de outubro.

No entanto, na última terça-feira, a oposição aprovou a prorrogação dessa sessão ordinária em uma sessão que teve de ser realizada nos arredores do Parlamento, na qual apenas 74 deputados da oposição - de um total de 128 - participaram, devido ao bloqueio institucional do presidente do Congresso, que não convocou uma sessão plenária nos últimos dois meses.

Os congressistas afirmam que essa decisão é a única válida, com base em um mecanismo protegido por lei, segundo o qual cinco deputados podem se autoconvocar para uma sessão parlamentar. Enquanto isso, o governo de Xiomara Castro continuou com seus planos de designar o novo órgão legislativo.

"Rejeito firmemente a tentativa de instalar uma comissão permanente para controlar o Congresso Nacional. Essa manobra é um golpe contra a institucionalidade e um desrespeito ao povo hondurenho. A vontade do povo é exercida com um Congresso completo, não com uma comissão reduzida que legisla nas sombras", disse o candidato presidencial do Partido Liberal, Salvador Nasralla.

Além disso, a nomeação da comissão permanente ocorreu a portas fechadas e perto da meia-noite, levantando mais suspeitas e alimentando ainda mais o confronto entre as forças governistas e de oposição, à medida que o caminho para as tensas eleições de 30 de novembro continua.

VAZAMENTOS DE ÁUDIO

No início desta semana, o presidente Castro acusou a oposição de "conspiração" para provocar um "golpe eleitoral", após a transmissão de uma conversa entre o líder do Partido Nacional - a principal força de oposição - no Congresso, Tomás Zambrano, e a conselheira do partido no Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Cossette López, na qual eles supostamente revelaram um plano para boicotar as eleições.

De acordo com as gravações divulgadas em uma coletiva de imprensa pelo procurador-geral, López também sugere que "usemos pessoas da embaixada (dos EUA) em Honduras e organizações internacionais. O importante é anunciar que Salvador Nasralla está ganhando e não, por favor, Rixi Moncada (o candidato do partido governista)".

O presidente hondurenho ordenou que o exército "investigue imediatamente a participação de qualquer militar da ativa" nesse suposto golpe, e o ministro das Relações Exteriores, Javier Bú Soto, denuncie à comunidade internacional o que descreveu como uma "ameaça direta à democracia hondurenha".

EX-PRESIDENTES IBERO-AMERICANOS CRITICAM O GOVERNO

O Grupo Libertad y Democracia, formado por ex-presidentes latino-americanos e espanhóis, expressou sua preocupação com o processo eleitoral hondurenho e alertou sobre um "ataque sistemático às instituições eleitorais" com base em "um padrão perigoso", como o "uso político da justiça para intimidar as autoridades eleitorais e a oposição democrática".

"A perseguição à conselheira eleitoral Cossette López é uma prova de como alguns governos buscam capturar instituições e manipular processos eleitorais para se perpetuar no poder", diz o comunicado.

A nota foi assinada pelos ex-presidentes da Espanha José María Aznar e Mariano Rajoy, pelo ex-presidente da Colômbia Iván Duque, pelo ex-presidente da Bolívia Jorge Tuto Quiroga e pelo ex-presidente da Argentina Mauricio Macri.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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