Ela alerta que o número corresponde aos dados de 27 de junho e enfatiza que, desde então, houve "mais incidentes" com fatalidades.
MADRID, 4 jul. (EUROPA PRESS) -
As Nações Unidas denunciaram nesta sexta-feira a morte de mais de 610 palestinos tanto em pontos de entrega de ajuda administrados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada por Israel e pelos Estados Unidos, quanto perto de comboios humanitários na Faixa, em meio à ofensiva israelense contra o enclave após os ataques de 7 de outubro de 2023.
A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, disse em uma coletiva de imprensa na cidade suíça de Genebra que a agência havia confirmado 613 mortes, mas disse que o número era referente a 27 de junho e observou que, desde então, houve "mais incidentes" com vítimas fatais.
"Não compilamos todos os números", disse ele, antes de especificar que o escritório da agência nos Territórios Palestinos Ocupados havia relatado um "grande incidente" na noite passada. "Ainda estamos tentando verificar isso", disse Shamdasani, que reconheceu os "desafios" devido às restrições israelenses.
"Estamos fazendo o que podemos para tentar verificar esses números, mas há um atraso e talvez nunca consigamos cobrir a escala total do que está acontecendo aqui por causa da falta de acesso", disse ele, acusando o exército israelense de abrir fogo contra os palestinos quando eles tentam chegar aos pontos de distribuição de ajuda.
Ele enfatizou que "uma investigação" é necessária para determinar "quantos assassinatos ocorreram e quem é responsável por isso". "Precisamos de acesso, precisamos de uma investigação independente e precisamos de responsabilização por essas mortes", disse o porta-voz do escritório chefiado por Volker Turk.
Na quinta-feira, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), estimou em mais de 650 o número de palestinos mortos pelas tropas israelenses enquanto tentavam obter ajuda humanitária, e mais de 4.500 feridos em pouco mais de um mês de operações do GHF.
Na semana passada, o Hamas solicitou à ONU a criação de uma "comissão internacional" para investigar a morte de civis a tiros pelas forças israelenses durante a entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e enfatizou que as reportagens do jornal israelense 'Haaretz', nas quais oficiais militares confirmaram ter recebido ordens para abrir fogo contra essas pessoas, embora elas não representassem nenhuma ameaça, "são mais uma confirmação do verdadeiro papel desse mecanismo criminoso como meio de genocídio".
Recentemente, a ONU reiterou a necessidade de "investigações imediatas e independentes" sobre as mortes de palestinos por tiros disparados pelo exército israelense durante as entregas de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, "para garantir a responsabilização", de acordo com o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq, que considerou "inaceitável que civis estejam sendo alvejados enquanto buscam alimentos".
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