MADRID 19 nov. (EUROPA PRESS) -
As Nações Unidas expressaram nesta quarta-feira sua preocupação com a recente visita do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e de vários membros de seu gabinete às tropas israelenses posicionadas no sul da Síria.
"Essa visita muito pública é, no mínimo, preocupante. Pedimos a Israel que respeite o Acordo de Retirada de 1974", disse o porta-voz do Secretário Geral, Stéphane Dujarric, em uma coletiva de imprensa em Nova York na quarta-feira.
O acordo - que formalizou o fim das hostilidades entre os dois países após o cessar-fogo na Guerra Árabe-Israelense de 1973, ou Guerra do Yom Kippur - estipula a criação de uma zona desmilitarizada que, até agora, tem estado sob o controle da Força de Observação de Desengajamento das Nações Unidas (UNDOF).
Poucas horas após a queda do regime do presidente Bashar al-Assad no final de 2024, as tropas israelenses penetraram nesse território e foram ainda mais longe, chegando a menos de dez quilômetros da capital síria, Damasco.
O exército israelense considera o pacto nulo e sem efeito após a queda de al-Assad. De fato, o ministro da Defesa, Israel Katz, chegou a declarar do Monte Hermon que as tropas permanecerão na Síria "indefinidamente" para proteger as comunidades das Colinas de Golã ocupadas de "qualquer ameaça".
Dujarric também se referiu à recém-aprovada Resolução 2799 do Conselho de Segurança da ONU, que exige "a plena soberania, unidade, independência e integridade territorial da Síria".
"Essa também é uma questão que foi levantada durante a recente reunião entre (o enviado adjunto da ONU para a Síria) Najat Rochdi e o ministro das Relações Exteriores da Síria", acrescentou o porta-voz do secretário-geral da ONU.
O governo sírio "condenou veementemente" a visita, dizendo que ela representa uma "grave violação da soberania e da integridade territorial da Síria", e exigiu a saída do pessoal uniformizado israelense de seu território.
Israel multiplicou suas incursões militares no território sírio após a fuga de Al Assad depois da tomada de Damasco em 8 de dezembro por jihadistas e rebeldes liderados pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al Sham (HTS), cujo líder, Ahmed al Shara, é agora o presidente transitório do país.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático