Publicado 20/11/2025 01:22

ONU expressa "preocupação" com ataque israelense ao maior campo de refugiados palestinos no Líbano

O Hezbollah condena o "crime contra a soberania libanesa" e adverte Beirute de que qualquer "leniência só torna Israel mais brutal"

19 de novembro de 2025, Ain Al-Hilweh, Ain Al-Hilweh, Líbano: Carros destruídos são vistos no local onde um ataque aéreo israelense atingiu o campo de refugiados palestinos de Ain al-Hilweh, no sul do Líbano. Treze pessoas foram mortas e várias outras fic
Europa Press/Contacto/Marwan Naamani

MADRID, 20 nov. (EUROPA PRESS) -

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou sua preocupação nesta quarta-feira com o ataque realizado no dia anterior pelo exército israelense contra Ain al Hilweh, o maior campo de refugiados palestinos no Líbano, que matou 14 pessoas poucos dias antes de completar um ano do acordo de cessar-fogo firmado entre o governo israelense e o Hezbollah, partido da milícia xiita.

"Estamos muito preocupados com os relatos de ataques aéreos israelenses no Líbano, inclusive no campo de refugiados de Ain al Hilweh, em Sidon", disse o porta-voz Stephane Dujarric, que pediu que "as partes mantenham o cessar-fogo".

Em uma coletiva de imprensa, Dujarric também pediu que as partes "se abstenham de qualquer atividade que possa colocar em risco a população civil e evitem uma nova escalada do conflito".

Dujarric garantiu que a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) está fazendo "todo o possível para manter" a trégua e "promover a implementação "total" da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que prevê a retirada das tropas israelenses ao sul da Linha Azul, embora as Forças de Defesa de Israel (IDF) tenham mantido cinco postos no território do país vizinho.

"Isso foi alcançado por meio de contatos com nossos colegas nas forças de manutenção da paz, bem como contatos contínuos com nossa coordenadora especial para o Líbano", disse ele, referindo-se à diplomata holandesa Jeanine Hennis-Plasschaert, que está no cargo desde maio de 2024.

O exército israelense justificou esses bombardeios alegando que os atacados eram "terroristas operando em um campo de treinamento" do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) no Líbano, acusações rejeitadas e descritas como "pretextos" pela milícia palestina.

"Não há instalações militares nos campos palestinos no Líbano. O ataque ocorreu em um campo esportivo aberto, frequentado por jovens conhecidos por todos os residentes. As vítimas eram um grupo de jovens que estavam no campo no momento do ataque", disse a milícia em uma declaração divulgada pelo jornal pró-palestino Filastin.

O Hezbollah, por sua vez, denunciou o ataque como "um crime contra o Líbano e sua soberania" e uma "violação flagrante" do acordo de cessar-fogo firmado com o governo de Benjamin Netanyahu.

Além disso, em uma declaração transmitida pelo canal Al Manar, o Hezbollah advertiu as autoridades libanesas de que "mostrar qualquer leniência, fraqueza ou submissão a esse inimigo só o torna mais brutal, selvagem e audacioso, e que medidas meramente reativas que não correspondem à magnitude da agressão só levarão a mais ataques e massacres".

Israel lançou dezenas de bombardeios no Líbano apesar da trégua - alcançada após meses de combates na esteira dos ataques de 7 de outubro de 2023 - argumentando que está agindo contra as atividades do Hezbollah e afirmando que não está violando o pacto, embora tanto Beirute quanto o grupo tenham criticado essas ações, que também foram condenadas pela ONU.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

Contador

Contenido patrocinado