Publicado 28/11/2025 08:08

ONU condena "aparente execução sumária" de dois palestinos por forças israelenses na Cisjordânia

Ela lamenta a falta de "responsabilização" por tais eventos, "mesmo nos raros casos em que as investigações são anunciadas".

Archivo - Arquivo - Veículos da IDF em Jenin, Cisjordânia (arquivo)
Nasser Ishtayeh/SOPA Images via / DPA - Arquivo

MADRID, 28 nov. (EUROPA PRESS) -

As Nações Unidas condenaram nesta sexta-feira o "assassinato descarado" de dois palestinos pelas forças israelenses durante uma incursão na cidade de Jenin, na Cisjordânia, e ressaltaram que se tratou de "uma aparente execução sumária", fato que levou as autoridades israelenses a abrirem uma investigação sobre o oficial responsável pelo disparo contra os dois homens depois que eles se renderam e se entregaram.

"Os assassinatos de palestinos por forças de segurança israelenses e colonos na Cisjordânia ocupada têm aumentado, sem responsabilização, mesmo nos raros casos em que as investigações são anunciadas", disse Jeremy Laurence, porta-voz do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

"Após o incidente de ontem, que foi gravado em vídeo por uma estação de televisão, foi anunciada uma revisão interna", disse ele, observando que as declarações de altos funcionários israelenses "buscando absolver as forças de segurança da responsabilidade" levantam "sérias dúvidas sobre a credibilidade de qualquer revisão ou investigação futura por uma entidade que não seja totalmente independente do governo".

Laurence ressaltou que o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos documentou 1.030 mortes de palestinos, incluindo 223 crianças, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental nas mãos das forças israelenses e dos colonos desde 7 de outubro de 2023, data dos ataques liderados pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) em território israelense.

"A impunidade pelo uso ilegal da força pelas forças de segurança israelenses e a escalada da violência pelos colonos israelenses devem acabar", reiterou Laurence, insistindo que o chefe do escritório, Volker Turk, "pede investigações independentes, rápidas e eficazes sobre os assassinatos de palestinos e que os responsáveis pelas violações sejam totalmente responsabilizados".

O Departamento de Investigações Internas da Polícia de Israel já confirmou a abertura de uma investigação depois de ter sido contatado pela Polícia Militar, após o incidente, no qual um oficial é visto atirando em dois palestinos que se renderam e estavam com as mãos para cima, já detidos e cercados pelas forças israelenses durante sua incursão em Jenin, de acordo com o jornal israelense 'The Times of Israel'.

Após o incidente, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, de extrema direita, expressou seu apoio aos soldados que atiraram nos dois palestinos. "As tropas agiram exatamente como deveriam. Os terroristas deveriam ter sido mortos", argumentou ele na mídia social.

Por sua vez, o governo palestino condenou a "execução atroz" e enfatizou que ela "constitui um crime de guerra documentado", bem como "uma violação flagrante de todas as leis, acordos, normas e valores humanos internacionais". O Hamas juntou-se às críticas, acusando as tropas israelenses de uma "execução a sangue frio" de dois "jovens palestinos desarmados".

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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