Publicado 03/07/2025 01:15

ONU alerta que o Haiti está se aproximando do "colapso total" com o avanço das gangues

29 de junho de 2025: A cidade portuária de Cap-Haïtien, no norte do Haiti, mostrada aqui em 29 de junho de 2025, tornou-se um refúgio superlotado para haitianos que fogem da violência de gangues armadas e para aqueles que foram deportados dos Estados Unid
Europa Press/Contacto/Jacqueline Charles

Guterres nomeia o diplomata mexicano Carlos Ruiz Massieu como novo chefe do escritório integrado da ONU no Haiti

MADRID, 3 jul. (EUROPA PRESS) -

O subsecretário-geral das Nações Unidas para Assuntos Políticos, Miroslav Jenca, advertiu na quarta-feira, durante um briefing ao Conselho de Segurança da ONU, que o Haiti está se aproximando do "colapso total" porque "as gangues só fortaleceram sua posição" desde que ele visitou o país centro-americano no início de 2025.

"As gangues apenas fortaleceram sua posição, que agora afeta todos os municípios da área metropolitana de Porto Príncipe e além, levando a situação mais perto do limite. Sem uma ação adicional da comunidade internacional, o colapso total da presença do Estado na capital pode se tornar um cenário muito real", disse ele.

Jenca disse que a capital haitiana "já estava paralisada" em janeiro deste ano e lamentou que, desde então, "as gangues fortaleceram seu controle, aproximando o país de um ponto sem retorno". Nesse sentido, ele condenou o recente ataque de grupos armados em La Chapelle, Artibonite, no norte do país, que destruiu a delegacia de polícia local e causou o deslocamento de 9.000 civis.

O representante da ONU também lamentou o aumento do número de pessoas que, diante da crescente frustração com a fraqueza das instituições, estão recorrendo a grupos de autodefesa, o que aumenta o risco de novas violações dos direitos humanos. De fato, de acordo com Jenca, nos últimos três meses, pelo menos 101 pessoas suspeitas de colaborar com gangues foram mortas por esses grupos, sem a existência de um processo judicial.

Ele insistiu que o progresso na frente política só pode ser acompanhado por melhorias na área de segurança e anunciou uma revisão do mandato do Escritório Integrado das Nações Unidas no Haiti (BINUH) para adaptá-lo às condições cada vez mais hostis do país.

De acordo com a agência, mais de 4.000 pessoas foram mortas no país desde o início de 2025, incluindo pelo menos 465 crianças e mulheres, um aumento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado. A violência também gerou pelo menos 1,3 milhão de pessoas deslocadas internamente, um número recorde na história recente do país.

"Não podemos falhar com o Haiti neste momento crítico. As decisões que tomarmos hoje serão menos onerosas e complexas do que aquelas que enfrentaremos se a presença do Estado entrar em colapso", disse ele.

Na quarta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou a nomeação do diplomata mexicano Carlos Ruiz Massieu, que ocupou vários cargos na organização internacional, como o novo chefe da BINUH, sucedendo María Isabel Salvador, "a quem o secretário-geral agradece por sua dedicação e serviço".

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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