MADRID 12 jul. (EUROPA PRESS) -
As Nações Unidas alertaram nesta sexta-feira sobre o "círculo vicioso" de violência de gangues e abusos de direitos humanos em que o Haiti está imerso desde o final de 2024 e pediu o apoio da comunidade internacional para proteger o povo haitiano em um contexto em que a insegurança persiste e não há mecanismos eficazes de responsabilização.
"Preso no meio dessa história de horror sem fim está o povo haitiano, que está à mercê da terrível violência de gangues e exposto a violações de direitos humanos pelas forças de segurança e abusos pelos chamados grupos de 'autodefesa'", lamentou o Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Türk.
Nesse contexto, um relatório conjunto do escritório da ONU no Haiti (BINUH) e do escritório da ONU para Direitos Humanos (OHCHR), divulgado na sexta-feira, alertou que "os primeiros sinais de governança criminosa" estão surgindo em alguns departamentos do país, onde as gangues estão se consolidando como uma autoridade governamental de fato.
Como resultado, há agora partes do país fora de Porto Príncipe, a capital, onde as violações dos direitos humanos estão "se intensificando", dada a presença "extremamente limitada" do Estado, de acordo com a chefe interina do BINUH e coordenadora residente da ONU, Ulrika Richardson.
Isso é possível, em parte, porque a Polícia Nacional do Haiti e o Ministério da Segurança Pública (MSS) não conseguiram manter "uma presença duradoura" nessas regiões ou "proteger" as comunidades locais, o que levou "as gangues a consolidar ganhos territoriais fora da capital e a começar a instituir formas de governança criminosa".
Atualmente, pelo menos 4.864 pessoas morreram no Haiti entre outubro de 2024 e junho de 2025 somente como resultado da violência das gangues, que também deixou centenas de pessoas "feridas, sequestradas, estupradas e traficadas", de acordo com dados da ONU.
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